sábado, 5 de julho de 2008

A IBACEN, COMO SEMPRE, NÃO APOIA CANDIDATO ALGUM!!!

“Para a liberdade Cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão”. (Gálatas 5.1)

Há nos arquivos vivos de nossa história como denominação “Batista” um capítulo seleto que compreende o celebrado principio de “separação entre igreja e Estado”. Nós, os batistas lutamos a custo de muito sangue por esse principio quando as primeiras igrejas batistas foram plantadas em algumas das colônias inglesas em solo americano.

Na primeira constituição americana, isso em 1781, e logo em sua primeira emenda, temos o chamado “Bill of Rights”, isto é, a lei dos direitos. Nessa lei está firmemente estabelecido o principio de separação entre a igreja e estado, e, por conseguinte, a liberdade religiosa.

E, para ser fiel à História, devo ressaltar de que esse avanço constitucional até hoje respeitado, veio por influência do pensamento batista, embasado nas Escrituras Sagradas.

Não temos o que poderia ser chamado de “estado cristão”, temos cidadãos cristãos que constroem as bases de uma sociedade que deve ser justa e igualitária, atendendo às necessidades de todos os cidadãos (cristãos ou não).

O crente deve ser politizado. Deve se interessar pela vida pública em sua cidade. Agora, a igreja estabelecida não pode de modo algum participar de qualquer apoio que possa ser condicionado o apoio a esse ou aquele candidato. Amados e amadas, quando isso acontece é “canalhice eleitoral”!

Infelizmente não temos bons exemplos nesse assunto em nossa cidade. Mas, nós aqui da IBACEN não prestaremos contas de posturas assumidas por terceiros, somos responsáveis pelo nosso pensamento. Somos reféns do conhecimento de Jesus Cristo, e ele nos basta!

Os políticos (eleitos ou ainda candidatos) sempre serão bem vindos aqui como são os outros cidadãos de nosso município e fora dele também. Nada de placas, de menção honrosa ou demagogias baratas. Aqui, o faxineiro tem o mesmo peso do prefeito. Todos são gente, e, sobretudo, carentes da salvação que somente o nosso Deus pode pleitear para o ser humano!

Tenho dito. Política partidária aqui na IBACEN não tem vez! Seja livre para votar segundo a sua consciência!

Um abração.

Ezequias

quinta-feira, 3 de julho de 2008

ADEUS, RUAN!

Ainda estou sob o impacto dos desdobramentos da noticia que recebi hoje pela manhã, por volta das 11h30min: Ruan, um dos jovens de nossa igreja havia sido executado em um dos morros de nossa cidade. Consternação geral, apreensão estafante, enfim, um clima de assombro!

Sai e fui junto com uma equipe de irmãos da igreja (compondo o ministério HAJA, que trata da recuperação de pessoas dependentes das drogas) acionar IML, cartório, funerária, tudo enfim, culminando por volta das 17h30min quando chego à igreja e dou a notícia incomum: vamos fazer hoje à noite um culto fúnebre sem a presença de um corpo.

Como o corpo de Ruan está no IML desde segunda feira à noite, há um grave risco de, em sendo velado durante a noite termos a ingrata surpresa de termos um vazamento e um desconforto gerado pelo acelerado processo de decomposição do cadáver. Meu Deus! Tenha misericórdia!

Estou aqui a teclar essas linhas na tentativa de organizar um pouco os meus pensamentos para estar com o meu povo nesta noite de culto. Pensei em vários pontos de consideração e vou citar alguns aqui neste artigo, mas confesso a vocês que vou confiar (como devo sempre fazer) na intervenção sobrenatural do Espírito Santo completando minhas pálidas palavras com graça.

Lembro-me acertadamente de um texto das Escrituras que diz assim: “A vossa palavra, seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um”, Colossenses 4.6. Como eu preciso dar à igreja hoje, nesta noite em especial, uma palavra “temperada com sal”. E sal me lembra tanto confronto (o sal arde os olhos!!!) como deleite (ele dá sabor aos alimentos).

O Ruan lutava para não pecar. Várias vezes ele expressou-se assim em nossos encontros. Ele estava consciente de suas limitações, era imensamente agradecido pela acolhida que nossa igreja lhe oferecia, e temia desapontar o Deus que o havia resgatado. Ele havia sido batizado há exatos 12 dias! E amava ao Senhor Jesus! Disso não temos dúvidas! Pendências do passado o azucrinavam o espírito, mas de uma coisa podemos afirmar: o Senhor Jesus completou a sua obra na vida do Ruan!

Ele trabalhava com o Júlio, vez por outra fazia serviços para o Fernando e também para a Carla, era prestativo, já estávamos pensando em sua função na nossa “Grande Festa do Milho”. Era querido pela igreja, cuidado de perto por Jacson, Alberto e Douglas. Enfim, era um dos nossos!

Estou certo de que nossa homenagem à sua memória será feita em um culto de gratidão a Deus. Ele não tinha família. Foi chamado para trabalhar na “Ampla” esta semana. Tinha tudo para “virar a página” de sua vida. Mas, na realidade, Jesus optou em levá-lo, para minorar o seu sofrimento pela consciência amarga de seu passado. Não creio que foi o tiro de fuzil que o levou de nós, foi a mão amorosa de um Deus que permitiu que conhecêssemos o Ruan para compreendermos que o seu amor é sem limites e atinge também aqueles que são marginalizados em nossa sociedade.

Ruan vá com Deus, sentiremos saudades. Obrigado Senhor, por mais esta lição de vida, na morte!

terça-feira, 1 de julho de 2008

ADEUS, MARILZA!

“Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada”. (Romanos 8.18)

Neste fim de semana nossa igreja, a IBACEN, esteve em luto. Perdemos uma pessoa que nos era querida, Marilza, esposa do José Luis, membro de nossa igreja. Ela foi uma jovem dinâmica no evangelho em seus compromissos ministeriais durante anos na Primeira Igreja Batista em Angra dos Reis, depois se transferindo para a Igreja Evangélica Congregacional, e terminou seus dias com vínculo de membresia em uma igreja batista na cidade de Niterói, RJ.

Marilza foi vitima de depressão. E eu disse no seu culto in memoriam que a igreja precisa romper o preconceito que existe com pessoas crentes que ficam deprimidos, tentando inclusive o suicídio para aliviar a tragédia de uma melancolia mórbida e afadigante.

Certa vez ouvi o pr. Hernandes Dias Lopes comentando que o depressivo é aquele que “engole o seu funeral duas vezes ao dia”, e convivendo com pessoas que sofrem desse mal, não tenho dúvidas que de fato, tal metáfora é muito apropriada. O depressivo não vê saída para o seu mal, e ao tentar matar-se algumas vezes tenta punir a si mesmo ou às pessoas que a amam, numa tentativa funesta de dizer: “pare o mundo, que eu quero descer.”.

Marilza alimentava no peito amor pelo Senhor Jesus, vibrava com o avanço do Reino de Deus, era atenta ouvinte da exposição das Sagradas Escrituras, mas teve o seu caminhar nesta vida afligida por tragédias familiares e eclesiásticas que minaram suas resistências e ela se viu, de repente, numa estrada sem saída, e, seu estado culminou em 08 meses de coma emocional, onde seu corpo reagia bem fisiologicamente, mas em sua mente ela desistia de viver, de reagir, de voltar a acreditar. Um estado mórbido em plena vida aos 41 anos de idade!

Ontem, 30/06/2008, dia de seu sepultamento me vi parado olhando para o horizonte várias vezes me indagando acerca do que fizeram a Marilza (parentes e pastores) e senti forte comoção no espírito. Na realidade eu ainda estou sob o choque de tantas e contraditórias impressões. Mas, me apego na verdade das Escrituras de que “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).

O culto foi lindo: simples, com orações, cânticos escolhidos a dedo, mensagem abordando as “certezas que precisamos levar para o túmulo” e testemunhos do viúvo e do filho mais velho. Tocante, emocionante e espiritual! O horário foi propício, ao meio dia (12h00min), no meio dia de uma segunda feira, ultimo dia útil do mês, enseja uma ocasião pertinente para se pensar sobre o sentido da vida. Sai do cemitério por volta das 16 horas com a alma em frangalhos, mas certo de que como diz o apóstolo Paulo ao jovem Timóteo: “Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”. (II Timóteo 1.12).

Adeus Marilza, você me ensinou muito com a sua vida. E me tocou profundamente com a sua morte. Conte comigo, José Luis, Mateus e Gabriel!