quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PÚLPITOS AVIVADOS, BANCOS AVIVADOS! MANDA FOGO, SENHOR!

"Queremos outros Luteros, Calvinos, Bunyans, Whitefields, homens preparados para marcar eras, cujos nomes inspiram terror aos ouvidos dos nossos inimigos. Necessitamos deles desesperadamente. De onde eles virão para nós? Eles são presentes de Jesus Cristo para a igreja, e virão em tempo oportuno. Jesus tem poder de nos trazer de volta a era de ouro dos pregadores, e quando a boa e antiga verdade for mais uma vez pregada por homens cujos lábios foram tocados por uma brasa tirada do altar, isto será o instrumento na mão do Espírito para realizar um grande avivamento da religião em toda a terra... Eu não busco outro meio de converter os homens além da simples pregação do evangelho e do abrir de seus ouvidos para que o ouçam. No momento em que a igreja de Deus desprezar o púlpito, Deus desprezará a igreja. É por meio deste ministério que o Senhor se agrada em despertar a abençoar Sua igreja." (C. H. Spurgeon)

Tenho me debruçado com literaturas e estado abraçado com fortes e vigorosas reflexões sobre o impacto da mensagem bíblica, cristocêntrica e com autoridade sobrenatural exposta semana após semana em nosso púlpito aqui na IBACEN, com consciência de minhas limitações e desejo radiante de ver a glória de Deus entre nós de maneira indelével e marcante.

Quanto eu me lembro da experiência de Isaias, que ele registra no capítulo 06 do livro que leva o seu nome, me arrepio dos pés à cabeça no entendimento de que os olhos do profeta viram o Rei... assentado sobre um alto e sublime trono... com as orlas do seu manto chegando ao chão.. e expondo toda a sua magnificência em vislumbres de poder e majestade. Glória a Deus! Que visão!

E, após essa visão faustosa vemos que o profeta logo reconhece sua fragilidade no falar... "eu sou homem de lábios impuros"... Quero me ater a esse comentário do profeta para trazer à luz uma reflexão sobre as minhas limitações enquanto pregador, e a necessidade que eu tenho de ter mais empenho na exposição das Escrituras em minha experiência como homem e pregador da Palavra do Eterno.

(a) Preciso ter ouvidos atentos à voz de Deus.

"Fala que o teu servo ouve", a sugestão dada por Eli ao pequeno Samuel, em I Samuel 3.9 é pertinente também a todos os que assomam ao púlpito para anunciar o recado de Deus. Isso porque, através de ouvidos sensíveis recebemos dos céus aquelas orientações importantes para a nossa vida em todos os níveis relacionais: conosco mesmos, com os outros e com o próprio Deus!

Ouvidos afinados pelo diapasão divino! O diapasão é um aparelho que serve para afinar instrumentos, e o pregador precisa saber identificar qual é o tom adequado para a sua prédica alcançar o coração do seu ouvinte com uma palavra de soma relevante a fim de gerar transformação de vida! Uma oração sincera a Deus seria: "Senhor, tome os meus ouvidos com a regulação exata da sua fala santa, a fim de que eu venha a perceber quais as suas intenções para o nosso povo neste tempo de tantos desafios e percalços para a fé genuinamente pura!".

(b) Preciso ser "boca de Deus".

Lembro-me de C. H. Spurgeon que disse certa feita que "pregação é teologia que sai de lábios quentes". Quando o homem e a mulher de Deus expõe a Palavra do Eterno com fidelidade precisa fazê-lo com calor e aquecimentos espirituais. Na realidade, não se trata de emocionalismo, mas de intimidade com o Senhor, como foi o que ocorreu com os discípulos no caminho de Emaús que sentiram os seus corações aquecidos quando estavam com o Senhor Jesus (Lucas 24.32).

Para ser "boca de Deus" o pregador precisa ter certeza de que a interpretação que ele faz das Escrituras é correta do ponto de vista gramatical, contextual, semântico e teológico. E, para se ter essa certeza é preciso ter acesso a comentários bíblicos respeitados, sermões de outras personalidades do passado, devocionais bíblicos respeitados e uma mente treinada para receber as verdades bíblicas e assimilá-las ao contexto imediato e mediato (do tempo bíblico e do nosso hoje).

(c) Preciso ter olhos fitos na glória de Deus.

Lendo ontem sobre a homilética de João Calvino, destaquei uma fala do autor do livro, Steven J. Lawson, "Este era o sentimento presente na pregação de Calvino. Do começo ao fim, era soli Deo gloria- somente para a honra e majestade de Deus. Desde seu cuidadoso estudo do texto inspirado até a pregação em si, para este reformador de Genebra, todas as coisas eram dEle, por meio dEle, e para ele. Só podemos dizer: A Deus seja a glória para smpre. Amém, quando há um estilo de pregação como este."

Quando a obcessão do nosso coração é expor a glória de Deus, fazemos de todo o processo de preparação e entrega da mensagem como um culto ao Senhor. A impressão que devemos ter sempre em relação à nossa pregaçao é de molharmos os nossos textos e anotações com lágrimas que saem de nossos olhos impactados pelo fulgor da glória de Deus, do seu peso de excelência sobre nossa tão insignificante figura humana!

Em suma, amados, púlpitos avivados têm como resultados vidas nos bancos em estado de confrontos fortemente espirituais, lágrimas são resultados normais de um avivamento sincero, isso por conta da ardente "convicção de pecados" que sempre acompanha momentos onde a Palavra é pregada de modo fiel e consistente!

Que o Senhor da igreja ao ouvir nosso clamor por um avivamento, nos visite com fogo purificador, para que através de nossas vidas possamos expor seu recado com ouvidos, boca e olhos voltados para o "autor e consumador de nossa fé", Hebreus 12.1,2, Jesus Cristo.