quinta-feira, 2 de julho de 2009

PARABÉNS, BAYA BAKARI!

Confesso que me emociono com casos como a da garota de 14 anos, única sobrevivente da queda do avião da companhia Yemenia Airway nesta terça feira, e o seu relato me lançou a algumas reflexões bem sérias sobre a importância da vida!

Pense comigo, a única sobrevivente em um avião que tinha em seu interior 153 pessoas! Deus tem a pequena Baya como alguém muito especial! Embora Deus tenha terminado os seus propósitos na vida dos outros passageiros do avião, para Baya o soberano tem uma mensagem: ainda penso em você neste mundo para contemplar ainda mais a minha beleza e assistir ao meu governo sobre todas as coisas!

Alguns textos da Bíblia me vêem à mente agora:

"Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro. Eu formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas". (Isaias 45.6,7)

"O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa." (Salmo 144.4)

"Se, pois, o homem viver muitos anos, regozije-se em todos eles; contudo lembre-se dos dias das trevas. porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade." (Eclesiastes 11.8)

Com base nestes textos me ponho a refletir sobre o ocorrido com a menina e tento traçar um paralelo metafórico com a nossa caminhada sobre esta terra, em uma existência tão finita, curta, passageira, cheio de encantos e desencantos. É natural pensar na vida a partir da morte, e faço isso com a convicção de que a morte é o maior lembrete que a vida tem!

(a) Deus tem o controle sobre o dia do nosso nascimento e o dia do nosso falecimento.

Estas duas datas estão patentes na mente divina. Ele não se surpreende quando a menina africana sobrevive e a outra meninica carioca (Luana da Silva Macedo, 12 anos)falece quando o ônibus que ela tentava pegar arranca precipitadamente!

Essas duas históris fundem a nossa cabeça momentaneamente: Baya sobrevive, Luana se despede da vida! Quem está no controle dessas situações tão contraditórias? Um Deus que diz: Eu sou! O que temos de fazer é humildemente reconhecer que não temos respostas sobre esse mistério e bendizermos ao Senhor na vida e na morte (ou seria na vida apesar da morte?). Tudo é muito confuso, admito, mas a fé é um convite à loucura da realidade para abraçarmos a certeza do cuidado de um Deus que não é ilógico, pois é o Senhor da própria Lógica!

(b) Nossa vida é muito curta para ser pequena.

Gosto muito de pensar de que ninguém é chamado à morte antes do tempo! Estou aqui digitando essas letras e há algum tempo atrás estava me deliciando com uma canção de um hino tradicional que tocou no meu coração, levando-me às lágrimas quando me reportei a Jesus como um pastor que nunca me abandonou nos meus momentos mais críticos! A letra do hino até agora fervilha em meu coração: "sim Jesus amou-me, com amor buscou-me. Ele mesmo restaurou-me a Deus. Por seu sangue restaurou-me a Deus!".

É bom saber que no absurdo da brevidade da vida, temos sim de vivê-la com grandiosidade, analisando todas as coisas e contemplando tudo como obra de suas mãos criativas-criadoras. Isso me faz lembrar uma história que li essa semana no livro que estou lendo atualmente, "a maldição do Cristo genérico" de Eugene Peterson: Um aluno dele morava longe da faculdade e tomava ônibus lotado todo dia para estudar. Um dia quando saia de casa aquele rapaz disse à sua esposa: "hoje vou curtir a criação de Deus". No dia seguinte disse a mesma coisa. No terceiro dia ele já ia repetindo a frase quando foi interrompido por sua esposa: "você não acha que devia ir à aula hoje? Andar no meio do mato ou na praia um dia ou dois é bom, mas e as suas responsabilidades? E ele respondeu: "Mas estou indo para a faculdade todos os dias. Todos os dias passo quarenta minutos dentro do ônibus de manhã e outros quarenta à noite. Você consegue imaginar um lugar mais cheio da criação do que esse? Todas essas pessoas foram criadas, são criaturas feitas à imagem de Deus, homens e mulheres."

Amei de verdade essa história! Trata-se de um convite para apreciarmos a vida que Deus nos deu e também a celebrarmos os nossos próximos que tem sobrevivido conosco mais esse dia justamente para fazer com que a glória de Deus seja manifesta mais uma vez em sua criação. Baya Bakari torna-se um símbolo para mim e para você de o nosso Deus costuma dar chances para algumas pessoas a fim de começar de novo. Sonhar novamente. Reestabelecer metas. Arrumar pendências. Terminar conversas iniciadas. Acertar os ponteiros no casamento. Perdoar os inimigos. Tratar de avançar para aquela conquista que ficou em meio do caminho. Enfim, recomeçar!

Que o estimulo a nós proposto por essa sobrevivente, ainda mais no seu gesto de não conseguir depois de 12 horas no mar segurar-se ao bote salva-vidas, ela em determinado tempo apenas confiou, esperou o seu salvamento de forma heróica mas humana. Ontem vi no noticiário que um marinheiro saltou-se ao mar para salvá-la. Baya foi salvo em um abraço! Como eu e você precisamos aprender a esperarmos pelo abraço salvador de Deus! Chega de lutas, brigas e contendas! É tempo de esperar pelo abraço! É tempo de amarmos ao nosso Salvador! É tempo, enfim de viver celebrando a vida, para que quando a morte chegar (mais cedo ou mais tarde ela sempre vem) venhamos a ir de cabeça erquida. Que morramos vivos! É isso ai!

terça-feira, 30 de junho de 2009

QUEM MATOU MICHAEL JACSON?

Na realidade o mundo já não comporta mais a perda (e a posterior divulgação) de astros da música que sempre terminam em um período inútil de investigações sobre a verdadeira "causa mortis". Foi assim com todos os nomes já falecidos dos "Beathes", do mito "Elvis" e de tantos outros. Eu creio que esse clima de "por quês" deve-se ao fato de que o mito não morre, ou não deve morrer! AS pessoas costumam aumentar o tempo de sobrevivência de seus astros preferidos com requintadas perguntas, documentários infindáveis e acompanhamento obscessivo dos telejornais por noticias mais atuais.

Eu mesmo me vi "viciado" em notícias sobre Michael Jacson, acompanhei depoimentos, vi documentários na TV aberta, vi no site da revista Época as fotos que revelam a transformação do rosto do pop star e ouso fazer algumas considerações em forma de artigo.

(1) Michael Jacson é icone de uma geração abusada pelos pais.

E quando eu falo de abuso não me refiro apenas ao sexual (o que é a forma mais perversa de violência, diga-se de passagem), mas refiro-me ao abuso do abandono, da perda da infância, do desprezo da inocência.

Michael foi cobrado como adulto enquanto criança pelo seu pai, um músico fracassado que se viu na possibilidade de se realizar nos filhos talentosos. Há quem diga que as surras eram frequentes... e de... chicote! Ele não permitia que seus filhos brincassem ou se divertissem, eles tiveram de trabalhar duro! Até mesmo para cumprir a extenuante carga de shows e compromissos pirotécnicos!

Abandonado em sua infância pelos seus pais (sua mãe silenciava-se em meio a isso tudo...) Michael nunca quis crescer! Era o "Peter Pan" pós moderno em sua divertida busca pela infância perdida, o seu rancho "Netlherland" (Terra do Nunca) representava muito bem isso. Estando aqui em São Paulo ele fez questão de fechar um parque de diversões para brincar... Michael pensava que o tempo pararia a fim dele realizar seus sonhos de garoto, ledo engano, pois como dizia um outro astro: "o tempo não para!".

Assim como Michael são muitas as crianças que estão tendo suas infâncias roubadas! Vi um forte e contundente documentário pelo "Domingo Espetacular", da Record, sobre as crianças do Bangladesh, um país na Ásia cuja metade da população está abaixo dos 14 anos, e para manter a roda vida do país, elas precisam trabalhar e muito... Quase fui às lágrimas ao ver o rostinho cinzento das crianças daquele miserável país!

(2) Michael é de uma geração abusada pelo desejo de superação.

Tudo leva a crer que a bateria de 50 shows para o próximo mês causou em Michael Jacson um frenesi insustentável. Ele queria a qualquer custo cumprir o agendado (há quem diga que ele inicialmente pensou em 5 shows e depois seus assessores lhe explicaram que era 50!) e para isso, pelo que tudo indica, se dopou de analgésicos. Infelizmente Michael Jacson confundiu-se, entrou em conflito o homem e o mito, a imagem e o ser humano, o estereótipo com a essência!

É muito triste saber que essa sede pela superação pessoal tem derrubado outros que não possuem a fama do pop star mas que todos os dias pela manhã saem para trabalhar na pretenção de apenas mostrar-se capaz de alguma coisa! São pessoas comuns que querem provar a qualquer custo que são especias. São estrelas opacas, vidas cheias de vazio, existências improvisadas e marcadas pela dor de nunca conseguirem realizar seus sonhos!

Eu penso que posso caminhar para o fim desse artigo fazendo uma rápida consideração conclusiva sobre o fato de que Michael Jacson morreu porque nunca soube viver. Escondia a sua verdadeira face em meio às mais variadas técnicas de plásticas e uso de produtos de pele. Ele negava o seu verdadeiro eu e massageava o seu ego com brinquedos infantis e sonhos de criança mimada! Michael Jacson vai deixar um legado de tristeza em relação ao uso indevido do sucesso infantil pelas mega gravadoras e também um alerta para os pais: deixem seus filhos serem crianças!

Não é que eu fiquei triste com a morte de Michael Jacson? Não porque eu apreciava o seu requebrado estranho mas sim, porque eu o via como um adulto criança (ou seria uma criança adulto?) que vivia como que anunciando em meio a sua testa a seguinte expressão: NÃO SE TORNEM COMO EU!