sexta-feira, 31 de julho de 2009

MEU INIMIGO! EU TE AMO!

"Nós como igreja, achamo-nos tão impregnados de uma filosofia anti-cristã, isto é, da idéia de que nosso alvo na vida consiste em obter uma infinidade de bens materiais, de ter status e gozar os prazeres do sexo, e não de viver os preceitos do Sermão do Monte, que o cristianismo praticado hoje, na verdade não passa de uma apostasia, pois se curvou diante do espírito desta época". (Carl F. Henry, 1913-2003)

Estamos vivendo um tempo de apostasia. E apostasia tem a ver com desvio da verdade do Evangelho por uma mensagem que apenas massageia o ego dos crentes com pensamentos de auto-ajuda enchertados com textos bíblicos sem nexo citados por homens inescrupolosos! É uma denúncia o que faço: se Jesus Cristo estivesse na terra e pregasse o que muitos pastores vem pregando, jamais teria sido crucificado! Por que? Por que tais mensagens não impactam o mundo!

Temos de como crentes que somos, filhos de um Deus tão amoroso mostrar ao mundo uma nova face do verdadeiro cristianismo: temos de amar mais! Tenho observado já há tempo que quando passo por traições preciso amar mais a quem me trai! Essa semana mesmo fiz uma lista de meus possíveis inimigos, cheguei à soma de 20 pessoas! E orei por eles ao Senhor para amá-los de todo o meu coração.

Depois eu li algo que William Barclay, conhecidíssimo comentarista bíblico escreveu: "Ninguém conseguirá orar por uma pessoa e logo em seguida, odiá-la. Quando se apresenta diante de Deus uma pessoa que estamos tentados a odira, algo acontece. Não podemos seguir odiando na presença de Deus. A maneira mais eficaz de acabar com a amargura é orar pela pessoa que estamos tentados a odiar!".

E quem são os nossos inimigos? Tenho aprendido às duras penas que o nosso inimigo é aquela pessoa que o Senhor escolheu para tocar em áreas que precisam de tratamento em nosso coração! São agentes da graça de Deus em nosso favor, como diria Ray Pritchard são como "o cinzel que Deus usa para remover, aos poucos, as imperfeições de sua vida".

Sugiro que você faça a listagem de seus inimigos. Depois você se assentará e orará por eles nominalmente. Faça como Jesus que orou por aqueles que lhe transpassaram as mãos e os pés, gostei demais da frase de Carlos Queiroz: "ele transformou o sofrimento do Calvário em um altar de intercessão!" Aleluia! Sofrimento no Calvário em Altar de Intercessão!

É assim que precisamos proceder. Foi Jesus quem disse: "amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem" (Mateus 5.44). O sermão do Monte está ai para mexer com nossos valores, para firmar nossas estacas no centro da vontade de Deus, o Pai. Nossa história precisa ser reescrita por alguém que o tempo todo foi "manso e humilde de coração!".

Pior do que ter inimigos, é tê-los e não transformá-los em amigos, no altar da intercessão! Pense comigo: como filho de Deus você deve ser parecido com Ele, e assim como Deus não faz acepção de pessoas (ele manda seu sol e sua chuva para maus e bons, justos e injustos) não podemos fazer distinção entre aqueles que amamos dentre os que odiamos! Absolutamente!

Não podemos nos igualar aos publicanos (corruptos) e gentios (impios), somos filhos, e como disse o Senhor Jesus, "o filho fica para sempre" na casa do Pai (João 8.35). Com isso, a perfeição do Pai será transmitida aos seus filhos pela ação sobrenatural do Espírito Santo de Deus! Persita pois o cumprimento desse principio de amor ao inimigo fará sua vida ser honrada por Deus entre os homens! Mesmo que a perseguição venha sobre você, não desista! Mesmo que seja dificil recomeçar, não desista! Mesmo que o ódio tente voltar ao seu coração, não desista!

Ame! Ame! Ame!

terça-feira, 28 de julho de 2009

SOU A FAVOR DOS DROGADOS!

Certo dia, um pai descobre que seu filho é um drogado, dependente de crack. Faz de tudo para ajudar o rapaz, mas este, ainda que lute para se desenvencilhar da droga, não tem mais forças para largá-la e tenta se matar, até mesmo para se livrar do complexo de culpa pelo desgosto causado aos pais. O pai o acha a tempo ( estava meio de olho), socorre-o e o salva.

Alguns dias depois, em conversa com o filho já convalescente, propõe-lhe uma solução extrema. O pai tem uma idéia para devolver ao filho a força para sair daquela situação. Este, desesperado, ainda que sem compreender bem o que o pai tem em mente, aceita.

Pegam um carro e vão, somente os dois, para um sítio isolado, longe de tudo e de todos. Ali, tentam lutar contra a droga, cortando lenha, subindo corredeiras, trabalhando pesado até caírem mortos de cansaço. O pai está atento e determinado mais que o fragilizado filho.

No segundo dia, o rapaz começa a mudar. Mostra-se indócil, agitado, impaciente, nervoso, irado, truculento, violento. Seu organismo começa a reclamar; precisa daquela droga. Com um pouco mais de tempo, seu organismo exige. O pai vai contemporizando, conversando, distraindo, sabendo que precisa ganhar tempo. Precisa de, pelo menos, uma semana.

No terceiro dia, o filho tenta fugir à noite, mas o pai, que a estas alturas está dormindo com um olho só, o intercepta. O garoto está transtornado e louco. O pai o agarra. Cego por dores internas fortíssimas, reage com fúria e tenta correr . O pai se recupera e o alcança. Está determinado a ajudar o filho. A meta é uma semana. Ainda faltam 4 dias, que prometem ser os piores de suas vidas. Agarra o garoto, que tenta agredi-lo novamente. Mas desta vez o pai é quem o soca violentamente. O garoto cai desacordado.

O pai o leva de volta para a casa e o amarra na cama. Quando o rapaz acordo e se dá conta da sua condição, começa a gritar, gemer, xingar, blasfemar, contorcer-se e desafiar o pai, dizendo os piores desaforos. Este tenta abraçá-lo, acalmá-lo com palavras doces e de ânimo, mas é recebido com cusparadas e palavrões. Uma noite de cão.

Amarrado, o rapaz fica ali por mais 4 dias. Reclama de dores nas costas, de mau jeito e de dores nas mãos e nos tornozelos, por causa das cordas. O pai tenta afrouxá-las, para aliviar o desconforto e permitir que ele vire-se de lado, mas ele tenta escapar. É preciso lutar, agarrar, bater de novo.

Bem, não vou me alongar nos detalhes desse transe medonho. O fato é que a semana se passa e , ao raiar do oitavo dia, o garoto já não está mais suando nem sentindo cólicas nem trêmulo nem com dores musculares. A dependência química está cedendo. Restam, ainda, os fatores psicológicos. Mas esses requerem um cuidado de mais longo prazo. E já não será amarrado numa cama que serão vencidos.

Logo pela manhã, o rapaz acorda com um cheiro de café coado na hora, broa de milho, pão, manteiga e outras guloseimas. Uma mesa posta. Ele estava quase de jejum e fica cheio de fome.

Então o pai o surpreende com o inesperado. Chega à sua cama com um sorriso e corta-lhe as cordas. Solta-o e convida-o para o café. Ele toma um banho quente e se assenta à mesa. Está mais animado e chega a balbuciar algumas palavras monossilábicas em resposta às tentativas de conversa do pai. Está despertando de um pesadelo.

De repente, no meio do café, num gesto brusco, levanta-se e corre para a porta. Num segundo, já está lá na porteira. Mas estranha que seu pai não esteja ao seu encalço. Olha para trás e constata que ele ficou parado na porta da casa. Entre desconcertado e curioso, ele pára, volta-se e arrisca mais uma olhada, como que a perguntar: “você não vai me prender?”

O pai entendendo a perplexidade do filho, grita: “filho, hoje você é livre. Das drogas e de mim. Você volta para elas se quiser; volta para mim se quiser. Filho, não quer terminar o café?”

A vida é formada por escolhas que fazemos desde a mais tenra idade. A mais importante de todas as escolhas é essa ilustrada por essa história: ficar para o café ou partir para o gozo das futilidades da vida!

Eu sou a favor sim, dos drogados, porque quero que todos tenham acesso a essa escolha que determinará o lugar em que eles passarão toda a eternidade: vida ou morte. Qual será que você irá aceitar?