sexta-feira, 5 de março de 2010

QUEM É QUE VAI? EU VOU!

A questão missionária no Brasil é assunto dos mais comentados em rodas formadas por pastores sinceramente interessados na evangelização do mundo. Nas mais variadas denominações verdadeiramente evangélicas de nosso país há um clima de entusiasmo somado a uma forte expectativa de grandes desafios nesse tempo que vivemos!

Temos recebido pressões do mundo islâmico. Já somos como cristãos, o povo mais perseguido do mundo (em termos religiosos), sendo que os muçulmanos e comunistas são os nossos principais algozes, seguidos de perto pelos hindus e outros fundamentalistas diversos. Há um clamor da igreja no Oriente Médio para que olhemos com menos preconceito os árabes, uma vez que parte dos estudiosos do cristianismo, sobretudo os que são influenciados pelo pré-milenismo dispensacionalista alimentam verdadeira obcessão em relação à Israel (que por sinal é um dos paises perseguidores de cristãos!).

Quando eu olho o mapa mundi e descobro os desafios missionários, e hoje mesmo tive acesso a um site com informações sucintas do campo, fico a pensar se na realidade não temos de pregar ainda mais em nossas congregações sobre o imperativo missionário! Temos de analisar com seriedade se o nosso evangelho não tem sido exclusivista demais, temos diminuído o foco onde o Senhor insistemente nos pede para aumentar! Se não repare nos textos de João:

"Não dizeis vós: Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa." (4.35)

"Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco; a essas também me importa conduzir, e elas ouvirão a minha voz; e haverá um rebanho e um pastor". (10.16)

Como principios de aplicação destes versos, me proponho a citar para você o seguinte:

01) A obra missionária carrega dentro de si um elemento de "pressa" e "urgência".

Não dá para cruzarmos os braços e ficarmos acomodados em nossas rodas de conversas fúteis e desnecessárias, enquanto milhões estão indo para o inferno todos os dias! O Senhor Deus já está gerando desesperadamente em nós um forte senso de responsabilidade, a ponto de termos lágrimas para chorar pelos perdidos. Alguma coisa precisa ser feita! Não podemos parar e irresponsavelmente pensar que outros haverão de fazer aquilo que está ao nosso alcance fazer!

02) A obra missionária carece dos melhores homens e mulheres.

E esse principio foi vivido na íntegra através da vivência de uma missionária irlandesa, nascida em 1867, com o nome de Amy Carmichael, sua vida foi de dedicação à salvação dos indianos. Em seus últimos 20 anos ela manteve-se presa à cama devido a um acidente doméstico, e nesse tempo ela se dedicou a escrever livros que tem mobilizado vocações para o campo missionário até nos nossos dias. Certo dia perguntaram para ela como ela resumia "missões", ela disse: "um chamado para morrer".

Logo, entendo de uma forma incisiva que quando pensamos em missões precisamos refletir nos melhores homens e mulheres, naqueles que estão dispostos a entregar o melhor de seus dias, saúde, treinamentos, habilidades e tudo o mais para o avanço do evangelho!

03) Por fim, tenho pensado nestes versos também que a obra missionária envolve a fime convicção de que o evangelho é o chamado de Deus para uma mudança de vida!

Não posso conceber um evangelismo que não inclua um apelo para "mudança de vida". Concordo com Mark Dever que vai dizer que "ouvir realmente o evangelho significa ser completamente abalado. Significa mudar." Sem esse elemento de mudança! Não há evangelho! E, por conseguinte não há ovelhas de "outros apriscos" sendo conduzidas pelo pastor Jesus.

Na pergunta que o titulo do artigo sugere (quem é que vai?), já adianto a resposta que depende de mim (eu vou!), cabe agora você responder com sinceridade cristã ao Senhor que insiste em nos convocar para ir com Ele até os confins da terra!