sábado, 1 de maio de 2010

16 ANOS DE MINISTÉRIO PASTORAL. OBRIGADO, SENHOR!

Há 16 anos, no dia 30 de abril de 1994, eu estava sendo ordenado ao ministério pastoral batista na cidade de Teófilo Otoni, MG, a pedido da Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ, comunidade que pastoreio até os dias atuais. Ainda me recordo da sensação que tive quando obtive sobre minha cabeça a oração de pastores tão fiéis ao ministério do Senhor Jesus Cristo naquela noite memorável! Como sou feliz por estar no ministério, lembro com exatidão daquilo que o apóstolo Paulo disse:

(I Timóteo 1:12) - E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus SENHOR nosso, porque me teve por fiel, pondo-me no ministério;

E, ontem para marcar essa data registro três momentos, que me fazem ser grato a Deus imensamente. Logo na hora do almoço recebo uma ligação que não pude atender no momento, pois tenho o compromisso pessoal de não atender ligações nessa que para mim é "hora sagrada", o momento das refeições. Depois mais tarde retornando a ligação soube que era o Gilberto, nosso missionário na cidade de Taquara, um jovem que junto com a sua linda familia começaram o trabalho batista naquela cidade próxima a Novo Hamburgo e a Porto Alegre, antes um vazio evangélico e hoje começando a brilhar com o testemunho da presença de um homem que ama a pregação expositiva e os valores da fé batista. Que presente!

Mas, ainda próximo às 19:30 recebo uma outra ligação. Meus alunos no Seminário Teológico Interdenominacional me colocam a falar no "viva voz" de um celular para saudá-los pois estavam com saudades de mim, isso porque nesse semestre não estou ministrando nenhuma disciplina para eles. Que surpresa ao perceber que sou amado e valorizado como "mestre" para uma turma valorosa de batistas, congregacionais, assembleianos que amam a teologia reformada e são apaixonados pelo crescimento sadio da igreja do Senhor Jesus Cristo.

Depois, já no final da noite e inicio da madrugada estive com um grupo de dezenas de irmãos em nossa vigilia na igreja que pastoreio. Foi um tempo precioso de comunhão, compartilhamento de experiências e orações que momentos e outros nos levaram às lágrimas diante do Senhor. No fim do programa uma mensagem do pr. Hernandes Dias Lopes sobre a recuperação de valores para o nosso ministério. Confesso que me senti mais uma vez desafiado de carregar esse título nobre e cheio das mais intensas responsabilidades: pastor!

Fiz algumas perguntas ao fim da mensagem do Hernandes (em DVD) para o grupo que permaneceu fiel na vigilia até perto das 2:30 da manhã e com elas eu encerro o meu compartilhamento neste artigo propondo uma análise sincera em relação a essas perguntas denunciadoras que servem para avaliar nosso ministério na Obra do Senhor Jesus:

* Temos servido a quem no nosso ministério? A quem queremos agradar? De quem esperamos receber elogios?

* Temos cuidado da nossa vida antes de cuidar da vida dos nossos liderados? Como anda o cuidado com o nosso corpo, a nossa saúde? E nossa apresentação pessoal, temos sido criteriosos com o que vestimos?

* Temos investido em nosso piedade pessoal? Temos dedicado tempo à oração e a leitura devocional das Escrituras? Temos pregado "todo o conselho de Deus"? Ou, temos pregado apenas às biografias bíblicas?

* Amamos a igreja local? Ou fazemos dela o principal assunto de nossas rodas após os cultos, nunca para destacarmos suas virtudes, mas para massacrarmos seus defeitos? Temos feito na igreja apenas aquilo que nós é mandado fazer ou fazemos o algo mais que o Senhor tanto espera de nós? Temos feito a obra de Deus com um sorriso nos lábios ou com "lágrimas da murmuração"?

* Temos policiado em nossos ministérios em relação aos lobos, os falsos crentes? Os promotores de heresias tem sido mantido longe dos nossos rebanhos? Temos pregado com ousadia apologética o verdadeiro evangelho ou estamos amedrontados com as críticas? Com isso, haveremos de nos tornar reféns da opinião dos outros a nosso respeito, e isso é o princípio da derrocada ministerial.

* E, como anda o nosso zelo em relação ao dinheiro? Paulo disse aos pastores de Éfeso: (Atos 20:33) - De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Podemos dizer o mesmo? Temos empregado o nosso dinheiro para a glória de Deus? Estamos envolvidos em dívidas impagáveis? Como anda o uso de nosso cartão de crédito? Nossa nome é "limpo na praça" ou é alvo de riso dos ímpios?

* E, por fim, como anda a nossa "saúde afetiva". O pr. Hernandes comenta que não podemos estar engessados nas nossas afeições. Temos abraçado as pessoas com carinho humano? Nossos relacionamentos são fraternos? Usamos as pessoas e amamos as coisas? Qual foi o ponto que você deixou deixou de se emocionar com o crescimento de uma pessoa de seu ministério? O que aconteceu que você deixou de sorrir, de beijar, de amar, enfim de se importar com as pessoas?

São poucas, mas relevantes perguntas. Eu as fiz (algumas delas) ontem e outras me vieram aqui à mente. Nesses dezesseis anos de ministério pastoral sinto-me desafiado a prosseguir, a despeito de algumas lutas sobre-humanas que antevejo nesses próximos dias, mas posso encerrar minha fala aqui, mais uma vez repetindo o apóstolo Paulo:

(II Timóteo 1:12) - Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

O PODER DE UMA VIDA SANTA!

"Ora, vendo ele a Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E ele os olhava atentemente, esperando receber deles alguma coisa. Disse-lhe Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho, isso te dou, em nome de Jesus Cristo, o nazareno, anda." (Atos 3.3-6)

Você já deve imaginar o fim da história, o homem coxo fôra curado e imediatamente se pôs a andar, saltar e louvar a Deus! A sua cura serviu-lhe de impulso para uma celebração entusiástica a partir de seu encontro com Jesus, por intermédio de homens de Deus. Esse ponto que eu quero destacar aqui: houve manifestação do poder de Deus na vida de Pedro e João e o que ocorreu naquela tarde foi o resultado de vidas que são entregues inteiramente à disposição na Obra do Senhor!

Sou um estudante dos avivamentos e sempre que olho nas linhas e entrelinhas da história percebo que por mais que a intervenção sobrenatural de Deus promova épocas de vislumbre do poder de Deus é sabido que é preciso que haja homens que se disponibilizem para serem instrumentos para realização de grandes conquistas. E quando me refiro à essas conquistas estou me lembrando de vidas que se destaquem na sociedade como sendo "homens e mulheres de Deus".

Daí uma pergunta: em meio à essa crise denominacional que vivemos, onde está o poder de Deus na efetivação de homens e mulheres que são realmente de Deus? O que precisamos aprender e vivenciar como pastores para que nosso rebanho tenha contatos com o derramamento do Senhor em grande escala em nosso meio? Como será o perfil de nossas igrejas quando definitivamente a Palavra de Deus for o único crivo para avalizarmos ou não as experiências espirituais em nosso meio? Quais serão as evidências de vidas que são poderosamente santas?

Em meio à essa trovoada de perguntas, tenho ao menos um sinal: vidas santas são o retrado de homens que buscam a face de Deus e se alegram unica e exclusivamente em cumprir a vontade de Deus que está clarificada em textos como esse:

(I Pedro 1:15) - Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.

Russel Shed nos brinda com o comentário que ele fez sobre a Andrew Murray. Esse homem foi o instrumento de Deus em um grande avivamento na Africa do Sul no século XIX. Sua denominação preocupada com os desdobramentos desse tempo de visitação do Senhor contratou "detetives" para investigar algum deslize na vida moral de Murray. Depois de uma investigação cuidadosa, eles voltaram dizendo: "Andrew Murray não prega a metade daquilo que ele vive"!

Meu Deus! Isso é forte demais!

Faço ao Pai a seguinte oração: Oh! Senhor, assim como o Senhor agiu através de homens como Pedro e João a ponto deles terem tido a coragem de dizer ao coxo, 'olha para nós', permita que os homens e mulheres de nossa sociedade venham a olhar para os pastores de nosso tempo e experimentarem mudanças radicais em suas vidas! Somente pelo olhar em pessoas santas haja conversões súbitas e convincentes convicções de pecados! Sei que o Senhor está pretendendo fazer algo não apenas entre os Batistas, mas entre todo o seu povo aqui no Brasil! Começa Deus! Começa! E não permita que sobre pedra sobre pedra até o Senhor completar a sua obra de restauração em nosso meio! Dá-nos vidas santas, é isso que importa!

terça-feira, 27 de abril de 2010

SERÁ O FIM DAS DENOMINAÇÕES?

Essa foi a tônica que chamou minha atenção numa palestra dada pelo pr. Leonardo Sahuim, da IPM da Gávea que ouvi recentemente. Será que estamos vivendo o fim das denominações como conhecemos? Temo que a resposta seja um retumbante SIM. Tenho de admitir que para ser coerente com o que penso sobre o conceito de "igreja verdadeira" não dá mais para sermos simplistas a ponto de acreditarmos que o nome de uma denominação inspira maior ou menor temor em relação à fidedignidade dos seus pastores e convicções. Já se foi o tempo que poderiamos julgar o bom nome de uma igreja por um e outro expoente das suas fileiras ministeriais! A impressão que eu tenho é que se nem todo batista é bíblico, logo estamos vivendo em uma séria crise de identidade! É o que eu penso.

Mas, como nos situarmos em meio a essa verdadeira "torre de babel denominacional", onde temos de conviver e isso de modo tolerante e bíblico com gedozistas, neo pentecostais enrrustidos, pragmáticos profissionais do púlpito e chamá-los todos de colegas e irmãos? Confesso que isso é um drama para mim! Semana que vem por exemplo viverei esse desafio, pois estarei em um congresso de pastores batistas aqui no Estado do Rio de Janeiro. Todos serão batistas, sim. Todos são bíblicos, ai eu não sei...

Pode parecer petulância da minha parte julgar assim, mas eu só o faço com temor e tremor, sobretudo em relação à Palavra de Deus que meu autoriza a "provar os espíritos":

(I João 4:1) - AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.

Temos de ser criteriosos, e com isso quero propor a algumas perguntas que lhe ajudarão a saber se seu pastor é biblico ou é alguém que finge piedade para obter lucro pessoal e libertino:

(a) Ele tem apreço pelas Escrituras a ponto de expô-la com fidelidade?

Outras perguntas que vem à reboque sobre o seu pastor: os seus sermões são resultados de horas de estudo e dedicação ou são encomendados por pregadores que buscam resultados a qualquer preço? Ele cita a Bíblia mais do que qualquer outro autor humano? Ele esmera-se na explicação de cada linha do texto bíblico, ou ele vive repetindo chavões e frases de efeito? Seu gabinete pessoal é composto de livros que levam a Bíblia a sério ou ele é alguém que gosta de autores de auto-ajuda?

(b) Ele age com amor quando exorta a igreja?

Há pastores que são tiranos nas orientações doutrinárias de seus membros, nunca demonstram amor e afeto, isso porque têm de si mesmos uma falsa imagem: a de serem infalíveis! Pastores que não tem lágrimas nos olhos quando falam do erro dos outros, certamente não choram pelos seus próprios pecados. Cuidado: eles são lobos travestidos de ovelhas!

(c) Como consequência desse ponto vem outro: ele admite que erra?

É preferível reconhecer seus erros com humildade do que sempre culpar os outros por seus fracassos pessoais. Não há lider que não cometa erros, agora infelizmente há poucos que reconhecem isso, e vão amealhando para si súdidos e não seguidores; admiradores e não discípulos; empregados e não servos; vacas de presépio ao invés de ovelhas.

Mas, o que isso tem a ver com o fim das denominações? TUDO. As denominações oriundas da Reforma Protestante do sec. XVI foram organizadas em volta de um princípio valioso (dentre outros) do sacerdócio universal de todos os crentes. Alguém já disse que nós trocamos o "papa de Roma" pelo "papa de papel", as Escrituras Sagradas, e nos orgulhamos dessa verdade! Não pode haver entre nós os pastores mais turbinados e homenageados e outros que são "apenas" pastores!

Temos de acabar com a competição por números de rebanhos que acontecem ainda em muito no nosso meio! O valor de um obreiro não se mede pelo número de membros que tem em sua igreja, e sim pelo fervor com que ele expõe as Escrituras, trata o seu povo e lida com os seus próprios erros. Sei que verei na semana que vem em Rio Bonito muitos pastores de rostos machucados pelo tempo, que estão em igrejas de porte pequeno, mas que não desistem de "expor todo o conselho de Deus", como fez o apóstolo Paulo em seu ministério (Atos 20.27). A estes eu dôo o meu sincero respeito.

Agora, quanto aos "genéricos" que de batistas têm apenas o nome, que amam os números mais do que as pessoas; que não expõem com fidelidade as Escrituras, pois pregam mais Augusto Cury do que a Bíblia; e, os que são inflexíveis no julgamento dos outros e conivente com seus próprios erros, opto em mantê-los distantes do meu coração e não os considero exemplo para os fiéis, mesmo que ocupem posições de liderança no mercado chamado "denominação Batista".

Tenho dito.