sexta-feira, 21 de maio de 2010

AINDA SOBRE UNIDADE!

Na igreja nem todos pensam igual, e isso acontece porque somos pessoas com histórias e pensamentos diversos, mas temos de andar na mesma direção! E disso não abrimos mão: temos de construir nossa unidade na diferença! Martin Luther King certa vez disse: aprendemos a viver juntos como irmãos ou morreremos juntos, mas como loucos!

Só que o grande desafio da unidade é caminharmos juntos, na diferença, mas sem nos ferirmos tanto, ou melhor, prosseguirmos a despeito das feridas impostas a nós pelos outros e outras que desferimos em relação aos nossos companheiros caminhantes.

Isso me faz lembrar a seguinte história: Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio. Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor. Por isso decidiram se afastar uns dos outros e voltaram a morrer congelados, então precisavam fazer uma escolha: Ou desapareceriam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram.

A Bíblia em todo o tempo nos fala do valor da unidade. É clássico pensar no próprio Deus como uma experiência de unidade que deu certo, afinal Ele é em si mesmo três! O Pai, o Filho e o Espírito Santo formam uma comunidade onde não há diferenciação essencial, reinando um amor mútuo e uma presença em unidade perfeita!

Na igreja o que precisamos viver em todo o tempo é a compreensão com as faltas do outro, a admiração pelos que são bem mais sucedidos que nós e a imitação zelosa para com aqueles que nos são referenciais de graça e piedade. Foi assim que o Senhor Jesus suspirou em sua famosa oração de João 17: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”.

Na realidade falta muita flexibilidade na nossa consideração em relação ao nosso irmão. Alguém já disse que o choque entre os cristãos se dá em uma de duas formas: como o encontro de duas bolinhas de gude ou como o confronto de duas uvas; em um há o choque que espalha um para cada lado e, no outro há o amalgamento perfeito para que o vinho nasça saudável e saboroso! Tenho pensado que há muitos crentes "bolinhas de gude", pessoas que se chocam, se batem, se resvalam de um lado para outro com intolerância extremada! E, o grande desafio que fica é sermos mais uvas! Cachos mesmo, que se unem, se misturam e se tornam saboroso para Deus!

Estou persuadido em meu espírito que precisamos ser mais unidos! Mais tratáveis! Mais unidos! Ontem mesmo estava ministrando uma mensagem em nossa igreja quando me apercebi que o texto de I Corintios 2.16 diz, "mas nós temos a mente de Cristo." Repare na ênfase que estou dando: "nós temos"! A mente de Cristo não é prerrogativa e dominio absoluto de uma denominação, de um clero apostólico, de uma santarrão perversamente megalomaníaco, mas sim da expressão comunitária do povo de Deus: "nós temos!"

Que a mente de Cristo, expressada e vivenciada na unidade do corpo da igreja do Senhor Jesus na terra, mesmo infestada por "comunidades", "projetos" e "ministérios independentes" venha crescer em santidade e beleza, e assim: "Que o Senhor nos abençoe em nossa fraterna unidade!"

É o que penso e desejo sinceramente!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ONDE ESTÃO OS PROFETAS DA CRUZ?

"Todos os ensinamentos deficientes sobre a cruz se devem a ensinamentos deficientes sobre Deus e o homem. Se rebaixamos Deus ao nosso nível e nos elevamos ao nível dele, naturalmente não vemos necessidade alguma de uma salvação radical, muito menos de uma cruz radical que garanta essa salvação. Quando, por outro lado, tivemos um vislumbre da glória ofuscante da santidade de Deus e sentimos tão tocados pelo Espírito Santo a respeito da realidade do nosso pecado, que nesse instante, e só nesse instante, o caráter indispensável da cruz se mostra tão evidente, que ficamos espantados de nunca o havermos percebido antes". (John Stott)

A cruz é a super-exposição do que temos pior, isto é, ela nos coloca diante de nosso "eu desgraçado" e da ansiedade desmedida que temos em pecar cada vez mais, afinal de contas somos inveterados pecadores! Na cruz encontramos como que, em um outdoor nossas vergonhas existenciais e o nosso orgulho é amplificado e projetado como um "data show" cósmico e gigante!

É vergonhoso admitir, mas é preciso para que venha a cura de Deus o quanto perversa é a nossa mente e poluído o nosso coração. Certa feita perguntaram a Spurgeon porque o Senhor Jesus o havia salvado, e ele respondeu: "Porque ele não encontrou alguém pior do que eu!". A indecência de nossa alma esconde sentimentos tão perniciosos que se o mundo nos visse nú (em nossa alma, não apenas no corpo) seríamos achincalhados e humilhados publicamente!

Chegará um tempo, e não está longe, em que ser cristão nesse país será o mesmo que colocar a cara à disposição de tapas com garras dignas de um lobo feroz! O mundo está sendo preparado para o advento de anticristos que tentarão varrer o nome de Cristo e de sua igreja na face da terra! Essa fraca e inconsistente igreja que vivemos hoje certamente será balançada e os crentes fiéis serão aprovados e reconhecidos, enquanto os medíocres fugirão de nós, e sairão do nosso meio, como diz o texto bíblico:

(I João 2:18) - Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.
(I João 2:19) - Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.

Eu não tenho dúvidas alguma que o surgimento de falsos pastores; sede por poder e posição dentro das estruturas denominacionais; divisões de igrejas na formação de "comunidades", "projetos", "ministérios" independentes; e o surgimento de púlpitos tão frágeis doutrinariamente; bem como o somatório de muitas outras tragédias em nossas igrejas são o resultado do afunilamento histórico que estamos vivendo! Breve virá o fim e os eleitos do Senhor jamais poderão ser enganados!

Creia! Os lobos serão desmascarados! Mas, para isso deve haver disponibilidade dos profetas da cruz! E quem são estes? São os que não temem perder membros de suas igrejas por mensagens francas e biblicamente ortodoxas. São os que não se vendem a políticos e empresários que pretendem lucrar à custa da fé simples de nosso povo. São os que valorizam os seminários bíblicos e não os cursos teológicos onde existam professores liberais e libertinos. São os que não tem medo de passar fome se preciso for, mas que jamais lancem mão de recursos espúrios e de fontes incertas.

Que o Senhor me torne um profeta da cruz! Mesmo que para isso eu me torne apocalipticamente pessimista!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

APELANDO PELA UNIDADE DA IGREJA

Preocupado por demais no apelo por uma igreja mais unida me pus a escrever um artigo nessa direção para o boletim dominical de nossa igreja (www.ibacen.com.br). E, antes de colocar esse artigo na íntegra por aqui, deixa eu compartilhar algo que passa em meu coração agora!

A igreja do Senhor Jesus é a "menina dos olhos de Deus", tenho crido de todo o coração de que estamos sendo edificados diuturnamente pelo Senhor da Igreja, o próprio Jesus. Recentemente estive pregando no texto de Mateus 16.15-19 onde tive como tese principal da exposição bíblica o fato de que fundamentados no alicerce da cristocentridade da declação petrina: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo" temos sobrevivido ao longo da história recheada de perseguições e opressões diversas na história, isso porque a igreja definitivamente, para usar a expressão do bispo inglês do sec. XIX J. C. Ryle é "bigorna que tem destruído vários martelos".

E a igreja precisa compreender de que a sua fragilidade e falibilidade consiste no fato de que ela é formada por pessoas que em sua constituição mais íntima tem vivido às duras penas de uma humanidade errante, mas insistente em ser uma comunidade de fé e amor, que vivendo em um ambiente de adoração é teimosa em proclamar a verdade de que Jesus Cristo é o Salvador do Mundo!

Não há outro caminho, outra verdade e outra vida além do Senhor Jesus! Ele é o alicerce e ao mesmo tempo é o edificador de uma igreja que permanecerá firme até a sua vinda, e nesse meio tempo temos desafios constantes, mas não podemos obliterar da visão de que estamos no processo vitorioso de marcarmos nossa sociedade com os valores de Deus! Gosto muito do enunciado de Joel Beeke em uma mensagem que tive o privilégio de ouvir em uma "conferência Fiel" em Águas de Lindóia em 2008: "A igreja ainda está em construção. Há andaimes por todo lado, há pedaços de tijolo em volta, há cimento fresco… não é algo bonito de se ver. Ainda há pessoas fracas, imperfeitas, elas ainda estão sendo construídas. Mas não espere ver algo melhor fora dela, pois você só encontrará desapontamento."

Ficamos por aqui, certos de que aquele que começou a boa obra (a igreja verdadeira do Senhor Jesus), não descansará até vê-la e tê-la como noiva amada, sem mácula e nem ruga, adornada para o encontro nupcial com o Noivo por excelência, o próprio Jesus!

É muito bom amar a igreja! E sou inimigo de quem fala mal dela!