sexta-feira, 16 de julho de 2010

POR QUE NÓS SOMOS ASSIM?

"Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações, e etnão cada um receberá de Deus o seu louvor." (I Coríntios 4.5)

Confesso que fui tentado a escrever com o titulo: "por que as pessoas são assim?", mas logo percebi que esse tema seria denunciatório para os outros e tenho pensado que eu preciso ser crítico excessivo de mim mesmo, e tolerante com os outros. Mattew Henry vai dizer que devemos ser muitos cuidadosos no modo como censuramos os outros, sobretudo porque temos de lidar com um Juiz de quem não podemos esconder.

Nós somos controversos em muitos aspectos, ansiamos em agradar a Deus mas buscamos a aprovação dos homens! Sabemos que o Senhor está interessado em nossa fidelidade, mas somos reféns da nossa performace! Cremos que Deus não precisa de "pop-stars" mas enchemos nosso coração de um orgulho tão mordaz que nos consideramos especiais pelo que fazemos na Obra de Deus! Enfim, somos por demais contraditórios!

Ao passo que somos tolerantes demais conosco mesmos, somos intolerantes com os erros de nosso irmão! João Calvino vai dizer que somos demaciadamente complacentes no que reprovamos em nós mesmos e esquecemos que Deus é um juiz extremamente severo, e ele não permitirá que nada que está oculto apareça no dia final!

Isso, quando o Senhor aparecer para o grande juízo final, ele trará à luz as coisas ocultas nas trevas e revelará aquilo que é conselho em nossos corações! A maioria das coisas que estão nos cantinhos do nosso coração e que vez por outra, são desconhecidos de nós mesmos serão manifestas e reveladas! Olha, ao olho penetrante de Deus, todas as coisas serão manifestas!

Não adianta sermos artistas, homens e mulheres que representam um papel na igreja, outro na sociedade e um bem diferente na familia! Está na hora de cobrarmos maior transparência dos nossos crentes, a começar por nós mesmos! Há muita meninice, invencionice humana e estrelismo na casa de Deus! Ele precisa ser o único a brilhar! Não podemos fazer algo para Deus esperando os aplausos dos homens, isso porque como disse o pr. Hernandes Dias Lopes "o julgamento dos homens não é o mais importante, porque nós não estamos servindo a homens, mas servindo a Deus."

E, se o que temos feito para Deus é de fato para Deus e não para os homens! Não nos importam as críticas, as indiferenças, as negligências, os desapontamentos, as rusgas e tantas outras sequelas em nosso caminhar na vida cristã, pois tudo é lucro, é crescimento, é benção!

Nem todos vão valorizar aquilo que fazemos, mas se o que fazemos é para Deus, logo tudo valerá a pena! Temos de orar assim: "Senhor, em meio aos desapontamentos e frustrações conosco mesmos, não permita que nos esqueçamos de quem esperamos aprovação! Somos fragéis emocionalmente e nem todos dão o devido valor ao que fazemos, mas receba o que estamos fazendo para ti, com um olhar gracioso, pois é o nosso melhor em termos de fidelidade. Permita, ó Deus, por graça que quando formos encontrados por ti, sejamos encontrados como fiéis, senão bem sucedidos queremos ser suficientemente fiéis! Tenha misericórdia de nós, e dizemos em oração: menos sucesso e mais graça! menos números e mais qualidde! menos colegas e mais amigos! menos competência e mais excelência! menos popularidade e mais espiritualidade! menos exposição e mais profundidade! menos nós mesmos e mais Jesus em nós! Conceda isso, em o nome do Senhor Jesus! Amém!"

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SÓ UM AVIVAMENTO MUDA A CARA DESSE PAIS!

(Habacuque 3:2) - Ouvi, SENHOR, a tua palavra, e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.

Sou um estudioso voraz dos movimentos avivalistas ao longo da história. Estou terminando minha dissertação de mestrado que tem o seguinte tema: "PALAVRA E PODER: Uma análise da relação entre a autoridade bíblica e alguns dos movimentos marcados por experiências genuinamente avivalistas."

Compreendo avivamento como “A obra do Espírito Santo no sentido de restaurar o povo de Deus a uma vida espiritual, testemunho e trabalho mais dinâmicos, mediante a oração e a Palavra, após profundo arrependimento por seu declínio espiritual. Os elementos permanentes do avivamento são a Palavra, a oração, o Espírito Santo e um Deus soberano que usa o ser humano como seu instrumento”. E essa definição eu devo ao historiador E.E. Cairns.

Quando olho criticamente para o espectro evangélico em nossa atualidade não posso me calar diante de "igrejas-impérios" que mantém relação com seus fiéis não como um rebanho, mas como uma empresa, logicamente os mesmos não são tratados como membros e sim como clientes. Elas são as igrejas que deram certo, pois faturam milhões por ano e ainda notabilizam seus fundadores com os títulos mais grandiloquentes, enquanto a grande massa os endeusa e praticamente os têm como semi-deuses! Não posso conceber avivamento nesse contexto onde os líderes lançam mão de seus microfones para prometer prosperidade a incautos que colaboram com mil reais para participarem de um clube funesto de propagadores do evangelho, ou como diria um ministério neo-pentecostal, a fim de serem "parceiros de Deus".

Avivamento é esvaziamento do ego, é o retorno do conceito de "igreja-rebanho", onde todos são amados e pastoreados por perto por um ou mais pastores que compõem uma equipe de sacerdotes (não de sumos!) que ministram a palavra de Deus a outros sacerdotes, isso para fazer valer o principio caro do "sacerdócio universal de todos os crentes", onde todos os homens tem o mesmo acesso a Deus, e isso não é prerrogativa de homem algum, por mais que alguns tem se inchado a ponto de exigerem que suas ovelhas lhe chame de "pai", como é o caso da Igreja Renascer em Cristo!

Fico perturbado quando vejo "igrejas-biroscas", de fundo de fundo de quintal, isso mesmo não é redundância, pois há congregações que se reúnem no fundo dos fundos justamente para ficar bem escondida e aconchegada nas residências de seus fundadores que nunca se põem ao trabalho para conquistar ovelhas novas, pois estão sempre em busca de pescar em outros aquários e quase sempre, com suas línguas ferinas a desferir críticas sobretudo às igrejas mais antigas na região. Isso é avivamento? Não! É carnalidade mesmo!

O avivamento, por sua vez estabelece o princípio da unidade com base na centralidade da Palavra de Deus e não através de conchavos políticos em vésperas eleitorais. A igreja evangélica em muitos lugares precisa deixar de ser "curral eleitoral", onde se poderia cantar (e isso chega a ser gritante!) a música composta por Zé Ramalho: "Vocês que fazem parte dessa massa. Que passa nos projetos, do futuro. É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber. E ter que demonstrar, sua coragem.
A margem do que possa aparecer. E ver que toda essa, engrenagem.
Já sente a ferrugem, lhe comer. Eh, ôô, vida de gado. Povo marcado, ê
Povo feliz. Eh, ôô, vida de gado. Povo marcado, ê. Povo feliz!"

Só um avivamento genuíno muda a história do evangelho desse país! Enquanto esse dia não chega vou sonhando acordado em um dia poder descrever nesse blog aquilo que Jonathan Edwards pôde viver no século XVIII nos Estados Unidos, naquele que foi conhecido como "Primeiro Grande Despertamento": "Essa obra de Deus, à medida que se multiplicou o número dos verdadeiros santos, logo produziu uma gloriosa transformação na cidade, de modo que na primavera e verão seguintes (ano de 1735), a cidade parecia estar cheia da presença de Deus. Ela nunca esteve tão cheia de amor e de alegria, e no entanto tão cheia de angústia, como esteve então. Houve notáveis sinais da presença de Deus em quase todos os lares. Foi uma ocasião de alegria nas famílias por causa da salvação que chegou até elas... Mais de 300 almas foram levadas a Cristo de modo redentor, nesta cidade, no espaço de meio ano... Eu espero que a grande maioria das pessoas da cidade, acima de dezesseis anos, tenham agora o conhecimento salvador de Jesus Cristo."

Que este tempo venha para o nosso bem! E, sobretudo para a glória de Deus!