terça-feira, 31 de dezembro de 2013

APRENDENDO PELO TESTEMUNHO DE CRISTO

"Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo; porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade", (Colossenses 2.8,9)

Vivemos em um tempo que tem sido marcado por ensinos humanos travestidos de sabedoria bíblica. São muitos os que, no afã de serem contextualizados acabam relativizando princípios bíblicos sobretudo no que diz respeito ao governo masculino na igreja, amor para com os homossexuais, zelo pela exposição bíblica nos púlpitos e outros assuntos que passei o ano de 2013 analisando em meus artigos nesse modesto blog.

Aos meus poucos leitores quero informar que, após cada artigo publicado fico sempre com a indagação latente na alma: testemunhei de Cristo em meu escrito? Acredito piamente que não podemos nos tornar escravos de filosofias humanas, mesmo travestidas de piedade cristã quando o nome de Jesus persiste sendo ignorado e malbaratado naquilo que pensamos, falamos e agimos.

Inclusive tenho me comprometido a refletir em minhas mensagens expositivas sempre me atendo a uma relação entre o conteúdo exposto e aquilo que chamo de "testemunho de Cristo", quando relaciono os princípios aplicados no sermão com aquilo que as Escrituras falam sobre Jesus, quer seja por citações diretas, indiretas, analogias ou ainda tipologias. Não posso conceber uma mensagem que não aponte para Jesus, afinal de contas tudo o que temos escrito na Bíblia foi escrito para enxergarmos Cristo nela!

Pensando nessa linha, quero propor uma prática para o próximo ano que tem a ver com um best seller, "Em seus passos que faria Jesus", sugiro que você adquira essa obra pelo link http://www.mundocristao.com.br/produtosdet.asp?cod_produto=10756

Posso adiantar que neste livro temos a seguinte situação de vida: O que aconteceria se os cristãos de uma igreja em certa cidade se comprometessem durante um ano inteiro a não fazer nada sem antes perguntar: Que faria Jesus em meu lugar? É esta a situação apresentada por este livro. Seguir os passos de Jesus trouxe muita alegria a inúmeros cristãos, mas também causou incompreensão, conflito e sofrimento para alguns.

Quando nos preocupamos em dar glória a Deus, e darmos testemunho de Jesus em tudo o que fazemos, pensamos e falamos podemos ficar em paz na consciência de que de fato temos sido seus imitadores. O mundo seria muito mais justo se a nossa justiça fosse a de Cristo! O mundo seria mais pacífico se vivêssemos os princípios de Jesus em nossos relacionamentos! O mundo seria mais belo se considerássemos belo aquilo que se parecesse com Jesus!

Temos de encarar tudo isso! E com coragem! Custe o que custar!

Feliz 2014!

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CHEGA DA ALGAZARRA NATALINA!

"Afinal, em meio à algazarra, ainda temos nossas compras normais e necessárias, e nessa época o trabalho em fazê-las triplica. Dizem que essa loucura toda é necessária porque faz bem para a economia. Pois esse é mais um sintoma da condição lunática em que vive nosso país – na verdade, o mundo todo –, no qual as pessoas se persuadem mutuamente a comprar coisas. Eu realmente não sei como acabar com isso. Mas será que é meu dever comprar e receber montanhas de porcarias todo Natal só para ajudar os lojistas? Se continuar desse jeito, daqui a pouco eu vou dar dinheiro a eles por nada e contabilizar como caridade. Por nada? Bem, melhor por nada do que por insanidade." (C. S. Lewis)

O Natal tornou-se já há muito tempo uma época de consumos desenfreados, e de um tempo onde compramos coisas que não precisamos para impressionar pessoas que não gostamos! Mudou-se o centro gravitacional da nossa fé do "evento Cristo" que historicamente nasceu em Belém, conforme o texto de Lucas 2.11: "É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor", para o "momento shopping center", episódio da lunática exploração comercial de vitrines exuberantes e lojas superlotadas com produtos para fazer brilhar os olhos dos consumistas inveterados.

A igreja corre o risco de capitular diante dessa troca de eixo quando em suas programações natalinas se perde em eventos mirabolantes e estéticos com ensaios intermináveis, uma correria ministerial exagerada, quando as pessoas são usadas em função da estrutura de um show pirotécnico com o nome de "cantatas", "especiais" ou "shows natalinos"! Fico a pensar se Jesus gostaria que tivéssemos uma agenda tão pesada no fim do ano que os nossos cultos acabam abarrotados de pessoas que querem assistir um espetáculo e não celebrar a Jesus, o aniversariante que deveria ser o sentido máximo de nossos ajuntamentos. Em nossa igreja já tivemos desses "especiais", mas hoje em dia entendo que a simplicidade na liturgia aproxima as pessoas da proposta do Natal ser uma reunião de pessoas e não de exibição de performances pessoais!

Fiz uma rápida enquete no facebook sobre o tema:  Como Jesus comemoraria o seu aniversário em nossos dias? E obtive as seguintes respostas:

Antonio Roque Bernado Bernado: Muito bom esse tema. Tenho certeza que não seria a base deste "consumismo exagerado e muito menos teria-mos um papai noel por perto. Deus vos abençoe nesta enquete.

Rosangela DEle: Ele nem comemoraria, pois nunca comemorou. Apóstolo Paulo recebeu dEle o que nos ensinou. E foi sobre a Ceia, em Corintios 11. Os únicos 2 aniversários comemorados na Bíblia foram de faraó e Herodes, sendo que este recebeu de presente a cabeça de João Batista. Meu Deus ...

Alan Mafort: Acho que ele não teria muito a comemorar nos nossos dias, mais ele comemoraria orando por todos nós.

Ulisses Pereira: Reuniria os seus e clamaria misericórdia ao Pai por ainda cometermos os mesmos erros pelos quais Ele morreu na Cruz.

Graça Pool Araujo: acho que ele nao perderia tempo pra comemorar,ele estaria muito ocupado em interceder pelos seus filhos,...nossos dias cada vez mais violento........

Luzenilda Pedro: Acho que no dia de seu aniversário, Jesus , aproveitaria para ter uma conversa muito séria com a Sua igreja, para fazer alguns ajustes.

Entendo que o Natal precisa ser de uma simplicidade absurda! E defendo esse princípio já há algum tempo! Como sobra comida nesta época! Como falta generosidade entre aqueles que se dizem cristãos e deveriam estar atentos para suprir as necessidades dos outros! Enfim, entendo que precisamos abrir nossos corações e entender que, sobretudo neste tempo, "coisa mais aventurada é dar do que receber" (Atos 20.35).

Um natal paupérrimo para você! Mesmo com mesas fartas, não se esqueçam que o nosso Jesus nasceu em um estábulo, cheirando animal! Ele foi simples o tempo todo, e deseja que não percamos nossa simplicidade também!

É isso.

PS. Preciso retomar a questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral batista. Persisto crendo que isso não está de acordo com as Escrituras (fui criticado pela exegese que não fiz ou pelo argumento pessoal que defendi), mas nesse arrazoado natalino digo que respeito o ministério feminino, tenho em nossa igreja mulheres pregadoras do evangelho que me fazem refletir poderosamente quando pregam. Só defendo que as mulheres, bem como os homens, devem estar sujeitos à orientação pastoral (masculina).  

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

SOU CONTRA PASTORA EM NOSSA DENOMINAÇÃO... ME RESPEITA?

Me parece que anda cada vez mais difícil ser contra a alguma coisa em nosso meio evangélico. Entre os pastores, a partir de "listas de discussão" tudo parece ser muito monolítico, a opinião frágil da maioria rouba de cena os "senões" de uma minoria. Quer ver um exemplo: a questão das pastoras no meio batista!

Para você que não faz parte de nossa denominação e está por fora dessa discussão, vou tentar lhe situar: o fato é que já temos no Brasil pouco mais de uma centena de mulheres que foram consagradas "pastoras" em suas igrejas, e uma discussão bastante atual é se elas poderão fazer parte de nosso órgão de classe, que denominamos "Ordem dos Pastores Batistas do Brasil". Só ai já há um contrassenso, se são "Pastores Batistas do Brasil", agora terá de ser: "Pastores e Pastoras do Brasil", uma vez que um grupo conseguiu acesso à instituição por conta de uma deliberação truncada em uma das Assembleias da Ordem.

O fato é que não se discute a autonomia de uma igreja batista local de consagrar quem quer que deseja para o ministério pastoral, isso é assunto passivo. O que se quer trazer à baila é que, como a igreja não consagra nenhum ministro (ou agora, "ministra") para si mesma, mas sim para a denominação, logo a irmã que é investida do título pastoral tem de ter todos os direitos e deveres dos outros, por uma questão de, digamos, isonomia. Então, eu pergunto: agora, pertencer a Ordem é uma questão de forma apenas, logo, o que se tem a fazer?

Mas, o que não pode ser deixado de considerar é que estamos como Batistas quebrando o princípio do governo da igreja estar biblicamente resignado aos homens, isso em textos clássicos de Atos 20.28; I Timóteo 3.2; 5.17; Hebreus 13.7; além de nossa "Declaração Doutrinária" que aborda termos no masculino para as atribuições relacionadas ao governo da igreja (o negrito é meu):

XI- Ministério da Palavra
Todos os crentes foram chamados por Deus para a salvação, para o serviço cristão, para testemunhar de Jesus Cristo e promover o seu reino, na medida dos talentos e dos dons concedidos pelo Espírito Santo.1 Entretanto, Deus escolhe, chama e separa certos homens, de maneira especial para o serviço distinto, definido e singular do ministério da sua Palavra.2 O pregador da Palavra é um porta-voz de Deus entre os homens.3 Cabe-lhe missão semelhante àquela realizada pelos profetas do Velho Testamento e pelos apóstolos do Novo Testamento, tendo o próprio Jesus como exemplo e padrão supremo.4 A obra do porta-voz de Deus tem finalidade dupla: a de proclamar as Boas Novas aos perdidos e a de apascentar os salvos.5 Quando um homem convertido dá evidências de ter sido chamado e separado por Deus para esse ministério, e de possuir as qualificações estipuladas nas Escrituras para o seu exercício, cabe à igreja local a responsabilidade de separá-lo, formal e publicamente, em reconhecimento da vocação divina já existente e verificada em sua experiência cristã.6 Esse ato solene de consagração é consumado quando os membros de um presbitério ou concílio de pastores, convocados pela igreja, impõe as mãos sobre o vocacionado.7 O ministro da Palavra deve dedicar-se totalmente à obra para a qual foi chamado, dependendo em tudo do próprio Deus.8 O pregador do Evangelho deve viver do Evangelho.9 Às igrejas cabe a responsabilidade de cuidar e sustentar adequada e dignamente seus pastores.10
1 Mt 28.19,20; At 1.8; Rm 1.6,7; 8.28-30; Ef 4.1,4; 2Tm 1.9; Hb 9.15; 1Pe 1.15; Ap 17.14
2 Mc 3.13,14; Lc 1.2; At 6.1-4; 13.2,3; 26.16-18; Rm 1.1; 1Co 12.28; 2Co 2.17; Gl 1.15-17
3 Ex 4.11,12; Is 6.5-9; Jr 1.5-10; At 20.24-28
4 At 26.19,20; Jo 13.12-15; Ef 4.11-17
5 Mt 28.19,20; Jo 21.15-17; At 20.24-28; 1Co 1.21; Ef 4.12-16
6 At 13.1-3; 1Tm 3.1-7
7 At 13.3; 1Tm 4.14
8 At 6.1-4; 1Tm 4.11-16; 2Tm 2.3,4; 4.2,5; 1Pe 5.1-3
9 Mt 10.9,10; Lc 10.7; 1Co 9.13,14; 1Tm 5.17,18
10 2Co 8.1-7; Gl 6.6; Fp 4.14-18

Mas, me parece que tudo isso é negado com a decisão de algumas igrejas em consagrar mulheres ao ministério da Palavra. Logo, só tenho a lamentar, mas pelo quadro que vivemos, essa é uma causa perdida. Algumas soluções que eu vejo:

(1) Convivermos com esse "erro hermenêutico", mas pelo bem da causa de Deus mantermos nossa cooperação como Batistas e persistirmos na proclamação do evangelho para a salvação de milhões de pessoas no mundo que carecem de Jesus, e deixarmos que questões como essas, sejam de somenos importância;

(2) Pressionarmos nossa OPBB para que, mesmo com a inclusão das mulheres no seu rol, sejam feitos fóruns para o esclarecimento de que essa posição não representa a totalidade do pensamento batista, pois a Bíblia e a nossa Declaração tem sido sacrificada no "altar da modernidade e do politicamente correto";

(3) Orarmos por misericórdia à nossa Denominação e insistirmos no respeito mútuo. Embora eu respeite e considere minhas irmãs "pastoras", jamais as chamarei por este título!

É o que eu penso.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PARA QUE SERVE UMA IGREJA MESMO?

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do hades não prevalecerão contra ela”. (Mateus 16.18)

Há mais de cem anos, Moody criticou amorosamente a igreja, por não agir de maneira apropriada. Segundo ele, a igreja lhe lembrava um grupo de bombeiros endireitando quadros na parede de uma casa em chamas. Dessa maneira ele pintou um retrato do que podemos nos tornar, em qualquer geração, quando nos esquecemos das atividades básicas que o Senhor da igreja nos confiou.

Vejo nesta fala do grande evangelista americano do passado uma veemente exortação para que não se perca o foco principal da igreja do Senhor Jesus: levar o evangelho de Jesus às pessoas necessitadas de salvação. É chocante concordarmos que muitas das nossas dinâmicas ministeriais tem sido muito mais de frivolidades do que de missão genuína entre as pessoas!

É conflitante com os valores do próprio cristianismo sabermos de igrejas que entretém seus membros com musicais enquanto o mundo está à beira do caos. São verdadeiros "Neros" que se deliciam com as suas harpas enquanto "Roma" encontra-se às chamas! Somos responsáveis sim, em apresentarmos um evangelho alegre, e há momentos bem especiais para nossas confraternizações e festas, mas, não podemos nos esquecer de que em sua máxima prioridade temos de ir até às pessoas com uma mensagem franca e corajosamente anunciada!

Temos de fazer uma séria reflexão a fim de que ajustemos o foco de nosso ministério naquilo que é realmente prioritário, abandonando tradições humanas e invencionices que apenas nos afastam do principal. Não podemos nos cansar de repetir a nós mesmos: "a coisa principal é manter a coisa principal como coisa principal".

Charles Swindoll em seu livro, “a noiva de Cristo” comenta que “a igreja que fica sentada de cara fechada ao futuro, pouco fazendo além de lustrar os louros de ontem, se tornará uma igreja à qual falta relevância e entusiasmo. Ao mesmo tempo, a igreja que amolecer sua posição teológica e alterar a Escritura para combinar com o estilo do futuro, perderá seu poder”. Temos de fugir dos extremos de uma igreja contemplativa em relação aos seus desafios e outra por demais ativista das programações contemporâneas e frágil em sua base doutrinária. Que Deus nos ajude!

Cada membro de uma igreja verdadeiramente evangélica precisa pensar na seguinte direção: temos uma missão lá fora! E, não nos esqueçamos que dentro do templo trocamos o combustível, pois nossa roda precisa girar lá fora onde há pessoas que precisam ser alcançadas com o nosso testemunho.

É por ai!


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

A INFELICIDADE DO FELICIANO!

Recortes da coluna "Veja essa", da "Revista Veja", 25/09/2013

"Aquelas duas meninas têm de sair daqui algemadas". (Marco Feliciano, deputado federal (PSC-SP) e pastor evangélico, durante culto em São Sebastião, no litoral paulista, referindo-se a Joana Palhares, 18 anos, e Yunka Mihura, 20 anos, após vê-las beijando-se na cerimônia. As jovens, de fato, foram algemadas e levadas por agentes da Guarda Municipal para uma delegacia).

"Faríamos tudo novamente". (Yunka, falando por si e por Joana ao jornal "O Estado de S. Paulo". Elas se dizem namoradas e afirmaram que o beijo foi um protesto contra a homofobia.

"Vou ficar apanhando como um otário? Eu não sou otário. Eu faria de novo e farei sempre que for preciso". (Marco Feliciano)

Tenho em outros artigos falando de minhas dificuldades com as falas (salientei um artigo que falo de um excerto de sua mensagem em que ele fala de Cão como sendo um amaldiçoado em ter a pele negra), e vivo por aqui falando de meu estranhamento por essa postura truculenta desse deputado-pastor. Mais uma vez vou usar essas falas retratadas nesse episódio lamentável para defender o valor do verdadeiro evangelho que nos lábios dos homens e mulheres de Deus deve ser sempre de firmeza em relação ao pecado mas ternura em relação aos pecadores!

Me parece que é nesse tom que precisamos de um equilibro para não perdermos o tato de nossa prática pastoral. Há pastores que são muito duros no falar e truculentos demais na prática. Amam demais a ortodoxia, mas detestam as pessoas! Tenho reafirmado ultimamente que a agenda de Deus é o ser humano, é o que eu vejo no ministério do Senhor Jesus, que é a nossa referência. Jesus sempre parava para atender as pessoas, e o grande ponto do seu embate com os fariseus, importante partido religioso de seu tempo, era que eles valorizam por demais o ritual e não se importavam com as pessoas. Alguns comentaristas bíblicos vão nessa direção, só para confirmar a minha fala:

- William Barclay diz que para o fariseu a religião era um ritual que consistia em obedecer a certas eleis e normas; para Jesus, era servir a Deus e ao próximo.

- William Hendriksen diz que os fariseus estavam valorizando muito mais os rituais criados pelos rabinos do que a ordem divina de amar e zelar pelo bem-estar do próximo.

Esses dois testemunhos me deixam muito a vontade para olhar os evangelhos e ver um Jesus que realmente dosava as palavras para falar às pessoas carentes e oprimidas por Satanás. As palavras duras Jesus geralmente guardava para os lideres religiosos (os pastores mercenários que se preocupavam com as regalias que a lei mosaica lhes privilegiava, mesmo à custa do sofrimentos dos pobres fiéis). Se não veja comigo, a única ocorrência na Bíblia que Jesus se indignou, está justamente em:

Marcos 3:5
5 - E, olhando para eles em redor com indignação, condoendo-se da dureza do seu coração, disse ao homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e foi-lhe restituída a sua mão, sã como a outra.

Importante lembrar que a palavra grega para "indignação", é οργη (orgê) que tem o sentido de raiva, disposição natural, mau humor, movimento ou agitação da alma. Esse é o sentimento que Jesus teve ao ver que os fariseus estavam muito mais preocupados em observar se ele estaria transgredindo o sábado do que com o homem que estava com as mãos mirradas, impossibilidade de trabalhar para sustentar a sua família.

Ao meu ver a grande infelicidade do Feliciano é que ele está por demais preocupado com o principio bíblico contrário ao homosssexualismo (e é importante destacar que a Bíblia condena a prática homossexual, dentre outros textos, em Romanos 1.18-32) que ele não tem demonstrado amor aos homossexuais. E isso é muito sério! Mandando prender, odiando com declarações tão contraproducentes e amealhando tanta antipatia, o deputado-pastor desperta uma oposição maior ainda e isso em nada coopera para o avanço do evangelho em nosso país.

Fico imaginando o que Jesus faria ao ver duas pessoas do mesmo sexo se beijando enquanto ele prega... não o vejo mandando prender... mas o vejo olhando com amor, como fez a Pedro quando de sua negação, enquanto Jesus estava sendo sentenciado em Lucas. Veja o texto:

Lucas 22:61
61 - E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se da palavra do Senhor, como lhe havia dito: Antes que o galo cante hoje, me negarás três vezes.

Termino com a fala de Tim Keller: "O evangelho não diz que os bons estão em alta e os maus estão por fora, nem que os que têm a mente aberta estão em alta e os que gostam de julgar os outros estão por fora. O evangelho diz que quem está em alta são os humildes, os e os arrogantes, em baixa. Diz também que bem-aventurados são os que sabem que não são os melhores, nem mais mente aberta, nem mais moralistas do que ninguém, e que as pessoas que pensam estar do lado certo dessa divisão é que estão em apuros."

Cuidado Feliciano e seus seguidores: o evangelho é para os que nada são!

É o que penso.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

TEOLOGIA NO MEC: O CANTO DA SEREIA!

Sempre me fazem a pergunta: "o curso teológico no SETIAR é reconhecido pelo MEC?". E eu dou a mesma resposta: "não é, e nem pretende ser".

Sou diretor do SETIAR (Seminário Teológico Interdenominacional em Angra dos Reis) há 14 anos, desde que éramos extensão do SETEMIRJ (Seminário para Missões do Rio de Janeiro), à época dirigido pelo pastor congregacional Amaury de Souza Jardim. E, tenho militado em magistério teológico desde 1997, quando comecei a dar aulas na então extensão do STBSB (Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil) em Campo Grande, na cidade do Rio de Janeiro.

Desde há algum tempo, os seminários denominacionais entraram em verdadeira polvorosa na ânsia de terem seus cursos teológicos reconhecidos pelo padrão MEC. Para obterem esse "imprimatur" governamental matérias biblico-teológicas foram sacrificadas, para darem lugar às outras disciplinas de cunho mais sociologizante, psicologizante e alienante do conhecimento das Escrituras! Resultado: hoje temos seminários que formam especialistas em religião, mas fraquíssimos em Bíblia! Qualquer pessoa pode se tornar aluno em nossos seminaristas. Não é a toa que o traficante Fernandinho Beira Mar é aluno de uma faculdade batista! Isso mesmo!

O reconhecimento pelo MEC faz com que haja uma intervenção estatal na elaboração dos currículos, propostas pedagógicas e disposição de materiais em bibliotecas. Além, é claro de cobrar uma organização financeiras que beira ao status empresarial, e não contempla as especificidades de um entendimento mais de "rebanho" e menos de "empresa" que vemos estampado nas Escrituras. Em outras palavras, o MEC fossiliza a teologia e sacraliza a administração eclesiástica.

Muitos professores pastores foram dispensados para darem lugar a professores pesquisadores dos fenômenos religiosos. Com isso, temos cadeiras importantes como "teologia sistemática" sendo ocupadas por professores questionadores da própria revelação bíblica! Isso, tremo em imaginar que, se já não temos, um dia teremos professores de teologia ateus em nossos principais seminários denominacionais!

Por isso, eu pergunto: para que serve o reconhecimento pelo MEC. Até onde eu sei, ministério pastoral é para chamados por Deus para o exercicio de suas atividades no seio da igreja local, com implicações transformadores na comunidade ao entorno. Logo, quando penso no apóstolo Paulo não consigo concebê-lo requerendo do império romano um título de "teólogo", ao contrário ele em seu testemunho junto aos pastores diz em letras garrafais que seu ministério era de um despojamento de valor próprio em si mesmo:

Atos 20:24
24 - Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.

Por isso, que tenho de concordar com Russel Shedd em relação aos dois evangelhos que temos hoje em nossa praça: "Há, portanto dois evangelhos na praça. O primeiro convoca pessoas para que supliquem o favor divino e vejam suas vidas mudando de fora para dentro, sendo que, na maioria das vezes, as coisas, quando mudam, só fazem do lado de fora. Este promete mundos e fundos para quem não é bobo, está sofrendo ou deseja viver mais confortavelmente. O outro Evangelho é aquele que convoca ao arrependimento e à fé, que resultam em transformação de dentro para fora, Este é caminho estreito, apelo para que se tome a cruz (Mt 7:13,14)".

O reconhecimento pelo MEC deve ser buscado para quem procura títulos, aspirando os aplausos dos homens e os láureos cumprimentos das autoridades constituídas em nosso país. Não é a toa de que, quem defende esse reconhecimento também apóia a institucionalização da profissão de "teólogo" no Brasil, proposta que já tramita numa das comissões da Câmara, aquela que é vem sendo dirigida por um homem que, a despeito de ter "felicidade" no nome, não demonstra em sua verve a doçura de Jesus, mas a dureza dos fariseus.

Chega de se curvar diante dos homens, para termos nossos cursos reconhecidos e nossa missão aceita como credibilidade profissional. Recomendo a leitura do livro: "irmãos, nós não somos profissionais" de John Piper, e parodiando o título dele, eu diria: "irmãos, os pastores não são profissionais, e seus cursos não devem ser reconhecidos, pois os mesmos tem alcance eterno, e o MEC não alcança em seu padrão elementos para avaliar algo que vem de Deus".

É o que eu penso.

PS. Só para explicar: o "canto da sereia" exposto no meu título reporta à mitologia grega quando Ulisses em uma de suas mensagens, amarrou-se num mastro de seu navio para não ser tentado a se jogar ao mar por conta de uma região onde as sereias costumavam cantar, enfeitiçando os homens, para depois matá-los. O MEC é assim: seduz pastores e depois os matam, tornando-os apenas "bacharéis".

sábado, 31 de agosto de 2013

CALMA AI, LOBÃO!

"A Marina Silva é uma versão mais destrambelhada da esquerda porque, para piorar tudo, é evangélica. Imagine os verdes religiosos no poder- o Brasil viraria uma 'clorofilocracia' teocrata". (Lobão, "Páginas Amarelas", Revista Veja, 28/08/2013)

O cantor João Luiz Woerdenbag Filho, mais conhecido no meio artístico como "Lobão" é um homem, com seus 55 anos, bastante controverso. Fui usuário de drogas pesadas, se indispôs com gravadoras famosas por conta do famoso "jabá" (valores exorbitantes segundo ele, cobrados por elas para emplacarem determinadas músicas), e de uns tempos para cá enveredou-se na escrita de livros com temas polêmicos, como o de sua última lavra, o "Manifesto do Nada na Terra do Nunca" em que ele expõe toda a sua decepção com o governo petista. Até ai, tudo bem, suas críticas são bem no seu característico de atirar para todos os lados, defendendo uma impossível causa de soluções simplistas para problemas complexos na política brasileira.

Mas o meu destaque é o da fala acima destacada, em que o cantor critica a presidenciável Marina Silva de ser uma versão piorada da política esquerdista por ser justamente evangélica. Compreendo que, o pensamento de Lobão a respeito dos evangélicos é reflexo do que grande parte da intelectualidade brasileira pensa a respeito do movimento evangélico em nosso país. Aceito que uma parte do nosso segmento realmente é ignorante e boçal, mas não posso concordar que por ser evangélica, Marina é "destrambelhada", porque é o contrário que é verdade, Marina só é equilibrada em seus posicionamentos políticos, por ser evangélica. Uma evangélica de firmes convicções, com lastro de uma história de milagres e que, encontra na Bíblia inspiração para suas utopias.

O que Lobão não sabe é que o movimento evangélico chegou ao Brasil de vez em 1855 com um casal de idealistas, Robert e Sara Kalley, ambos escoceses, que se estabeleceram inicialmente em Teresópolis onde se reuniram com um grupo de imigrantes para estudar a Bíblia. Inconformado em ficar isolado na linda região serrana do Rio, logo eles estabeleceram residência na capital do império, a cidade do Rio de Janeiro, onde em 1858 organizaram a primeira igreja evangélica em solo brasileiro.

Lobão também não sabe que por conta desse marco evangélico em nosso país escolas foram fundadas, projetos sociais foram desenvolvidos no interior do país, suportes para o estabelecimento de estudos sobre a própria "brasilidade" foram estabelecidos, pois a despeito dos primeiros pastores em solo brasileiro terem sido estrangeiros, todos tinham para com o nosso país uma visão inclusiva e desprovida (na maioria das vezes) de preconceitos, como os portugueses que aqui estavam para explorarem nossos ricos recursos.

Ser evangélico representa o privilégio de pertencer a um grupo que ousou ajudar nas bases de uma nação que tinha tudo para dar errado, pelos próprios paradigmas impostos pelos portugueses em nossa colonização mais que poderia dar certo pela força do seu povo. Tenho para mim que, se o Brasil não tivesse alguma presença evangélica nesse período nós teríamos nos tornado um "grande Haiti"!

Alguns historiadores fazem uma importante avaliação entre as colonizações católicas (da America Latina) e as protestantes (EUA e Canadá) e consideram que a fé evangélica tem como motor o desenvolvimento da terra para uso comum, enquanto no catolicismo fica clara a concentração dos recursos em torno de uma Coroa. Enfim, o que o Lobão se esqueceu de considerar é que por ser evangélica, Marina pode muito bem compreender que o Brasil é mais forte quando é dos Brasileiros! Um lema bem defendido pelos evangélicos históricos em todas as partes do mundo!

Uma outra observação que preciso fazer é que, embora Marina seja de uma igreja evangélica pentecostal de nosso país, a poderosa Assembleia de Deus, a própria cúpula da igreja nunca admitiu um apoio expressivo a ela, isso porque a liderança dessa que é a maior igreja evangélica de nosso país está sempre flertando com o poder politiqueiro, e tenho para mim que eles concordam mais com o Lobão do que comigo a respeito desse assunto.

Tenho dito.

sábado, 20 de julho de 2013

ABRA MÃO DO SEU ISAQUE!

Ontem dei a abertura ao nosso "II Congresso Brasil-Haiti" aqui em Porto Principe. Estou liderando uma equipe de quatorze crentes brasileiros que vieram a esse pais caribenho, o mais pobre das Américas, para refletir valores do Reino de Deus para crianças, mulheres e jovens haitianos.

Já visitamos os dois PEPES, programas de educação infantil, e deixamos neles marcas de amor, interesse e aceitação. Temos procurado demonstrar que não somos superiores por conta de nossa nacionalidade e muito menos pela cor de nossa pele. Reconhecemos que, quem nos nivela a todos é o Senhor, para quem "não há judeu nem grego; não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus", Gálatas 3.28.

Diante de tudo o que temos visto nessa viagem missionária o que mais tem me marcado é a verdade de que "Deus tudo provê". Em minha mensagem ontem procurei repetir esse ponto: tudo o que precisamos para a nossa vida está em Deus". O texto da exposição foi Genêsis 22, no magistral relato da ordem que Abraão recebeu de oferecer seu único filho no monte Moriá. Fiquei pensando que "Moriá" é bem próximo do "Gólgota", logo as duas histórias são fundidas. Quando temos a convição de que Deus tudo nos proverá, iremos desfrutar ainda mais dos benefícios da morte substitutiva de Jesus Cristo, o cordeiro que foi morto em nosso lugar.

Isaque não precisou morrer, mas Abraão morreu em muitos aspectos, ele precisou morrer para suas ambições pessoais, suas lealdades e preferências distorcidas, afinal de contas ele acostumou-se com os presentes de Deus, e pouco a pouco foi esfriando em sua intimidade com o próprio Deus. Está posto diante de nós um perigo constante: idolatrarmos o que temos e absolutizarmos as bençãos em prejuízo de nossa aliança exclusiva com o Senhor!

Aqui no Haiti essa mensagem tem uma aplicabilidade bem relevante pois, o povo aqui precisa em meio a todo esse contexto de miséria e desesperança confiar unicamente na provisão de Deus. E tenho para mim que no nosso Brasil também esse princípio tem validade, pois como se diz em um provérbio: "a fartura leva à indiferença".

Deus persita sendo o seu provedor!

E, venha comigo ao Haiti em 2014. Me mande um email: ezequiaspastor@gmail.com

terça-feira, 18 de junho de 2013

A VOZ DE DEUS NAS RUAS!

"Corra, porém a sua justiça como as águas, e a retidão como o ribeiro perene". (Amós 5.24)

O profeta Amós foi comissionado pelo Senhor para uma árdua missão, no sec. VII aC: deixar a sua plantação, ele era agricultor, e desafiar o coração de Jeroboão II, rei de Israel, acerca dos seus descuidos para com os menos favorecidos. O cenário de sua época não poderia ser mais caótico, e repare que qualquer semelhança, não é mera coincidência com o que vemos hoje, em pleno sec. XXI:

* Havia um surto de crescimento econômico acompanhado com sucesso militar, um renascimento de forças impressionante.

* Sob a pressão de riqueza crescente, houve transformações sociais radicais, mas amplamente desiguais. Em outras palavras: ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres.

* Moralmente a nação patinava em índices baixíssimos de santidade, uma vez que os pobres eram tratados de modo injusto, a avareza dos ricos crescia e o consequente desprezo pelas coisas sagradas.

* No âmbito político havia tumulto, opressão, violência e roubo. Aqui cabe uma inserção de um texto do profeta:

Amós 3:9-10
9 - Fazei ouvir isso nos palácios de Asdode, e nos palácios da terra do Egito, e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria, e vede que grandes alvoroços há no meio dela, e como são oprimidos dentro dela.
10 - Porque não sabem fazer o que é reto, diz o SENHOR, aqueles que entesouram nos seus palácios a violência e a destruição.

Nesse ambiente turbulento, aparece Amós como um profeta (ou no radical da palavra hebraica "nabi", um "esbravejador") denonciando os pecados da nação e apelando para que o povo se voltasse para Deus, a fim de que a "justiça e o juizo" fluissem como um "ribeiro perene".

As cenas impressionantes que vimos ontem pelos telejornais nos mostram da força da mobilização popular por causas ligadas à justiça social. Não quero entrar aqui em meandros das instituições que estão em meio aos inúmeros homens e mulheres de bem que querem apenas mostrar seu desagravo com a corrupção em nosso país, a fim de aproveitar o momento para suas reivindicações que em nada somam para a democracia que buscamos para o nosso Brasil. Refiro-me às minorias de punks, ativistas gays e anarquistas que se somam ao grupo, mas não o fazem com as melhores intenções. Quero me ater apenas à voz das ruas! Todos querem "justiça e juízo".

Mas, o profeta Amós fala de "justiça e juízo" de uma forma distinta da que popularmente podemos apreender destes termos. Como "juízo" temos o hebraico "mishpat" que tem a ver com "direito, dever legal, privilégio adequado", e como "justiça", o hebraico é "tsedaque" referindo-se aquilo que é "eticamente correto", "justiça como atributo de Deus".

Agora sim, estamos próximos a entender o que o profeta desejava para o seu tempo, e o que Deus quer que compartilhemos de seu coração nestes dias em que o povo brasileiro sai às ruas para protestar contra a impunidade, a fragilização de nossas instituições políticas e o enojamento da população para com os abusos do poder financeiro global. Me parece claro que a "juizo" e a "justiça" que devemos reinvidicar diz respeito ao retorno do povo a Deus!

Não se trata de uma luta puramente humana, em que imaginamos que a força do povo estará construindo um novo tempo em nossa nação. Nada, absolutamente! Ao passo que esses movimentos sejam vitais para o exercicio de uma cidadania plena, é preciso compreendermos que o que fará durar as mudanças provocadas pela agitação popular é o retorno do coração da nossa nação a Deus! Afinal de contas, essa crise moral que estamos atravessando enquanto Brasil tem em sua causa o fato de que nosso povo tem se esquecido de Deus.

O Brasil abandona a Deus quando seus governantes usam de suas influências justamente para beneficiar seus próprios "núcleos eleitorais", já pensando em próximas eleições, sem se importar com a totalidade do povo. O Brasil abandona a Deus quando planeja distribuir kits educativos para incentivar a tolerância para com o homossexualismo (repare que não estou dizendo tolerância com o homossexual, essa é dever constitucional e bíblico). O Brasil abandona a Deus quando não desenvolve políticas públicas duradouras para lidar com a chaga das drogas a partir das grandes cidades. O Brasil abandona a Deus quando privilegia a construção de estádios com dinheiro público negando ajuda aos hospitais que carecem de recursos básicos para atender à nossa população. O Brasil abandona a Deus quando mantém nos gabinetes encarpetados de Brasilia políticos que roubaram os cofres públicos como prefeitos e governadores. O Brasil abandona a Deus quando desprestigia a força das igrejas evangélicas sérias desse país que tem condições de cooperar em muitos projetos desde que convidadas sem intenções eleitoreiras.

Por isso, entendo que os "Amós" de Deus estão nas ruas! Nem todos tem a consciência disso, e há aqueles que tem outras motivações, mas creio que o simbolo vivo desse momento que o Brasil atravessa é que é preciso haver um arrependimento por parte de nossos governantes. Fico pensando que esse arrependimento pode até não significar um avivamento propriamente dito, com a conversão ao cristianismo verdadeiro desses homens e mulheres, mas sem dúvida um movimento como o que ocorreu em Ninive, sob a liderança (mesmo à contragosto) de Jonas. Em seu tempo de ministério, (sec. VIII aC) uma cidade inteira deve seu fim adiado por conta de um arrependimento nacional. E a suspensão de um juizo divino em resposta a uma postura de quebrantamento por parte de um povo tem como base o texto de Jeremias 18.7-10:

Jeremias 18:7-10
7 - No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir,
8 - Se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
9 - No momento em que falar de uma nação e de um reino, para edificar e para plantar,
10 - Se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que lhe faria.

Eu creio que Deus está usando das pessoas que têm ido às ruas de nossas principais cidades, para demonstrar que Ele deseja suspender o juízo que está guardado para todas as nações que insistem em abandoná-lo. E, Deus tem se utilizado desses cidadãos que, em sua maioria, são gente como a gente: estudantes, homens de negócios, advogados, professores, e tantos outros que se esforçam em ser "apenas" nas mãos de Deus.  

Isso me faz lembrar algo que recortei de um site ainda hoje: "As vezes pensamos que somos um "apenas"! Somos apenas um vendedor, apenas um agricultor, apenas uma dona de casa. Amós seria considerado um "apenas". Ele não era um profeta, um sacerdote ou um filho de um dos dois. Ele era apenas um pastor, um pequeno empresário em Judá. Quem iria escutá-lo? No entanto, ao invés de inventar desculpas, Amós obedeceu e tornou-se a voz poderosa de Deus para mudança". (www.gotquestions.org.br/Portugues/Livro-de-Amos.html)

Esse é o tempo de Deus levantar em nossa nação um sussuro por liberdade e justiça. Que seja de fato, a justiça pretendida pelo Senhor! Vamos persistir nessa esperança!

sexta-feira, 7 de junho de 2013

FAMÍLIAS LIVRES DO DRAMA DAS DROGAS!

“e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. (João 8.32).

Pesquisas indicam que 22,8% da população no Brasil consomem drogas; 49% das escolas estaduais têm problemas com o consumo e o tráfico de drogas segundo pesquisa feita em cinco capitais brasileiras; 20000 brasileiros morrem a cada ano em decorrência do consumo de drogas ou de crimes relacionados ao tráfico; 80% dos crimes urbanos têm alguma relação com a droga. Apenas 5% dos dependentes de drogas conseguem viver em estado de recuperação.

Os dados frios são alarmantes! Na realidade o que vivemos em nosso Brasil é uma epidemia no uso das drogas, e isso já está fora do controle de nosso governo. Nossas famílias estão fragilizadas demais para lidarem com esse assunto sem uma base espiritual, isso porque sem Jesus não se tem como enfrentar o inferno das drogas, sem se render ao quadro desolador de crianças, adolescentes e jovens que enfermam todo o contexto familiar. É o que disse uma mãe que se assustava por saber que seu filho sairia do “Centro de Recuperação” onde estava internado: “sou uma viciada também!”.

Nossa igreja assumiu o compromisso de apoiar um centro de recuperação em Seropédica, sob a direção do meu irmão, pr. Eliel. Em setembro ele estará aqui com os internos (incluindo dois de nossa cidade) e celebraremos o tempo de graça e de oportunidade que o Senhor vem derramando sobre aqueles homens que foram marcados pelo toque da morte e hoje estão em processo de libertação, em Jesus, aquele que definitivamente pode mudar o destino do ser humano. É confortante saber que Jesus tira o homem do seu estado de morte apenas com uma ordem, como fez como Lázaro, seu amigo de Betânia, em João 11.

Quando a família crê no poder recuperador do Senhor Jesus enfrenta o drama das drogas, mesmo ciente de que na realidade quem vive dominado pelas drogas não vive, sobrevive, e ainda com resquícios de miserabilidade extrema! Nesse domingo, o meu desafio é que você separe um tempo para interceder por aqueles que, reféns das drogas estão enfermando seus ambientes familiares numa busca sofrida pela esperança e pelo deleite em uma tragada ou cheirada!


Creio em famílias abençoadas, mas não posso deixar de registrar que a benção do Senhor, somente ela pode definitivamente escrever uma nova história em nossos lares, derramando esperança onde antes só havia perturbação, e fazendo cumprir aquilo que nos diz Jeremias 31.25: “Pois saciarei a alma cansada, e fartarei toda alma desfalecida”.

sábado, 11 de maio de 2013

MÃES ABENÇOADAS PARA ABENÇOAR!


“Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti”. (Isaías 49.15).

Mãe nunca se esquece de seu filho! Deus é Pai com coração de Mãe! Ser mãe é lembrar-se sempre do seu filho! Fico imaginando nestas três afirmativas e minha mente vagueia pelo mistério do amor materno. Tenho sentido em minha vida o privilégio de ter uma mãe que insistentemente se lembra de mim, e em todos os momentos de minha trajetória pude perceber que estava sempre sendo observado de perto: por minha mãe.

O profeta lança um paralelo entre o amor incorrigível de uma mãe com o de Deus, e chega à conclusão de que, mesmo em um absurdo de uma possibilidade de esquecimento por parte de uma mãe ao seu filho, o nosso Deus jamais se esquecerá de um filho seu! Essa é uma verdade consoladora! Jamais seremos esquecidos!

Nesse “dia das mães” quero homenagear nossas bravas mulheres com uma reflexão sobre essa capacidade extraordinária de lembrar-se sempre. A nossa memória é de um potencial incrível, e tenho para mim que as mães não se lembram apenas com a mente, mas, sobretudo com o coração. No coração de uma mãe cabem os filhos mais inquietos, mais serelepes, mais agitados, mais ingratos! Ser mãe é sofrer um pouco do mal que assola o relacionamento da humanidade com o Criador: o abandono.

Há filhos que abandonam suas mães ao ostracismo! Mas, mesmo assim jamais são esquecidos por elas! Que imagem linda é o de uma mãe que, mesmo sem ser procurada por um filho (ou uma filha) depois de anos e anos, ainda encontra no coração lágrimas para verter em seus olhos, por que, simplesmente, ela nunca se esquece! Quem é mãe não vira a página de seu livro de existência desconsiderando um filho ou uma filha que se encontra fora de casa! Há até um ditado popular: “na casa de mãe sempre cabe mais um”.

Um apelo pastoral que quero fazer aos filhos é: honrem a lembrança de suas mães! Não permitam que o frio caldo da ingratidão seja tomado à conta gotas por suas mães! Lembrem-se delas não apenas neste dia em que comercialmente se comemora (trata-se da segunda melhor ocasião de vendas no Brasil, superada apenas pelo Natal!), mas todos os dias de suas vidas!

E para as mães digo: lembrem-se de abençoar seus filhos! Evitem que as suas lágrimas sejam desacompanhadas de orações! Pare de falar a seus filhos sobre Deus e fale mais a Deus sobre os seus filhos! Lancem palavras de bênçãos sobre cada um de seus filhos, do menor ao maior, e não desista de ver a sua casa sendo completada na presença do Senhor!

Um abração.

PS. Esse texto sairá no boletim dominical de nossa igreja (www.ibacen.com.br) agora neste fim de semana. Dedico-o à duas mulheres: minha mãe, Zilda Dias Amancio Marins, mulher que com fibra em suas orações me mantiveram de pé durante toda a minha caminhada cristã, e também à minha esposa, Débora Fritz Santos Marins, que assumiu a empreitada de orar por mim e me fortalecer dia após dia no auxílio de meu ministério.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

UM BRASIL AO PÉ DA CRUZ

Henry Martin era um ministro anglicano que serviu ao Senhor como missionário na India e na Persia. Em uma de suas viagens ele passou pelas terras brasileiras, e isso em 1805, então com 24 anos, e ficou admirado ao ver a capital do Brasil à epoca, Salvador, com as suas inúmeras cruzes nos pináculos dos templos católicos à epoca. Em meio à essa consternação ele exclamou: "vejo tantas cruzes, mas quando o verdadeiro evangelho da cruz será ensinado?".

Esse suspiro de Martin ainda ecoa em meu coração: quanto teremos nesse país com tantas cruzes, a verdadeira cruz de Cristo erguida? Confesso que isso dá um nó em minha cabeça e me deixa vez por outra sem palavras. Tenho assistido a pulverização dos valores do evangelho nas mais diversas mídias e também nos contextos de nossas igrejas que estão cheias de pessoas vazias! Falta cruz, falta renúncia, falta pagar o preço do discipulado, parece-me que o que o Senhor Jesus disse está distante na vida de muitos dos que "pulam na presença do Senhor" em alguns dos cultos barulhentos de nosso Brasil:

Mateus 16:24
24 - Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;

O que a doutrina da cruz faria em nosso contexto evangélico brasileiro: Fico a imaginar, como se estivesse sonhando:

* Os pastores seriam mais éticos ao entender que pastoream as ovelhas de Jesus e não as suas próprias, de modo que, considerariam como algo abominável se utilizar dos aparentes benefícios do ministério para se enriquecerem.

* As igrejas promoveriam mais "cultos do choro", do que "louvorzões", pois não sei se temos mais motivos de rir do que chorar, ao percebermos crentes que, se escondem em seus próprios pecados para denunciarem de modo vil os pecados dos outros.

* Os púlpitos seriam completamente mudados em suas propostas de mensagens temáticas, mercantilistas e utilitaristas, e no lugar viria apenas a exposição da Palavra de Deus.

* As reuniões de oração seriam as maiores reuniões da igreja, ao invés de serem as mais raquíticas, porque é fato que o nosso povo não gosta de orar, e quando o faz, em algumas vezes o interesse próprio é o grande mote das orações.

* Os avanços missionários seriam notados ao longe, pois os crentes sacrificariam parte de suas rendas, tempo, energias e tudo o mais para que o evangelho alcançasse os não alcançados e tocasse os que não vêm sendo tocados.

* As reuniões de liderança e de negócios eclesiásticos seriam pautados pelo amor às pessoas e não por julgamentos precipitados, linguas ferinas e suspeitas indevidas.

* Os louvores cantados nos cultos expressariam mais da grandeza de Deus do que das possibilidades humanas.

* O aconselhamento nos gabinetes pastores seriam menos influenciados pela vã psicologia e mais pelo entendimento das Escrituras Sagradas.

* Os jovens e adolescentes iriam pautar suas vidas em valores eternos e não em realidades tão transitórias como namoricos e jogos de entretenimento virtuais.

* As familias se amariam mais, e fariam questão de passar mais tempo juntas.

Enfim, são tantos sonhos, que chegam a ser devaneios mesmo, mas acredito que a mensagem da cruz mudaria todas as coisas, seria como um retorno à simplicidade do evangelho. Quando me vejo afastado desse ideal, lembro-me, e quase vou às lágrimas com uma canção do Paulo César Baruc, "Jardim da Inocência" que em um trecho chega a dizer: "Ah ! que vontade de andar contigo!
Pelo jardim, na viração dos dias. Pegar em tuas mãos e voar e  pela imensidão da terra e te adorar."

Tenho vontade de viver tudo isso com o Senhor, e simplesmente rever do seu amor o seu senso de permanência intima: viver para ele, ao pé da cruz de seu Filho!

É por ai.

segunda-feira, 4 de março de 2013

PROJETO HAITI 2013

Objetivos:

- Atuar de modo mais intenso, numa espécie de "imersão cultural" nos ambientes de orfanatos mantidos pelos batistas brasileiros.

- Manter contato com pastores e obreiros locais para viabilizar futuras parcerias entre orfanatos com igrejas brasileiras.

- Promover o "II Congresso Jovem Brasil-Haiti" com a presença de jovens líderes locais dos mais diversos distritos do país.

Necessidades:

- Voluntários que tenham paixão por crianças, e alguma experiência em trabalhos voltados para esse público.

- Preletores e intérpretes para as palestras do Congresso.

- Pastores que desejam viabilizar contatos para futuras parcerias junto às igrejas haitianas.

- Igrejas que se levantem como parceiras desse projeto, respondendo por cotas de R$ 1000,00 a 3000,00 para investimentos com: compras de alimentos e ofertas para os orfanatos, custeios de passagens e alimentação dos jovens no Congresso, ajuda de custo para voluntários que comporão a equipe.

Perfil do voluntário:

- Membros de igrejas evangélicas, com recomendação expressa de seus respectivos pastores.

- Compromisso de levantar os R$ 4000,00 que constitui o custo por pessoal em termos de passagens, alimentação e estadia no país.

- Estar disponível para viagem que compreenderá o período de 16 a 26 de julho.

- Vocação para o trabalho com crianças, sendo excelente uma formação nessa área, bem como formação teológica para palestrantes no Congresso.

- Disposição para lidar com contratempos naturais a uma viagem desse porte.

Contatos:

Para maiores detalhes e agendamentos para falar às igrejas interessadas:

Ezequias Amancio Marins, pastor batista, Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ.

Telefones: (24) 33775560 (casa), 33670741 (igreja), 78125246 (celular)

Conta do Projeto:

Bradesco, Ag. 6893-4; Cc. 2446-5

Igreja Batista Central em Japuiba

PROJETO PERU 2013

Objetivos:

- Atuar no trabalho de primeira etapa da construção de um "Centro de Recuperação para dependentes químicos" na cidade de Arequipa.

- Viabilizar contatos com missionários brasileiros da região, bem como igrejas e organizações que atuam nessa área de combate às drogas.

Necessidades:

- Voluntários que tenham disposição e perícia para as mais diversas frentes de trabalho da construção em várias etapas ao longo de, no mínimo cinco anos de obra.

- Pastores que desejam viabilizar contatos para futuras parcerias junto às igrejas peruanas.

- Igrejas que se levantem como parceiras desse projeto, respondendo por cotas de R$ 1000,00 a 3000,00 para investimentos com materiais para operacionalização da obra.

Perfil do voluntário:

- Membros de igrejas evangélicas, com recomendação expressa de seus respectivos pastores.

- Compromisso de levantar os R$ 1500,00 que constitui o custo por pessoal em termos de passagens, alimentação e estadia no país.

- Estar disponível para viagem que compreenderá o período de 14 a 24 de outubro.

- Disposição para lidar com contratempos naturais a uma viagem desse porte.

Contatos:

Para maiores detalhes e agendamentos para falar às igrejas interessadas:

Ezequias Amancio Marins, pastor batista, Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ.

Telefones: (24) 33775560 (casa), 33670741 (igreja), 78125246 (celular)

Conta do Projeto:

Bradesco, Ag. 6893-4; Cc. 2446-5

Igreja Batista Central em Japuiba

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O DEUS DO MALAFAIA

"O grande deus Entretenimento diverte os seus devotos principalmente lhes contando histórias. O gosto por estórias, características da meninice, depressa tomou conta das mentes dos santos retardados dos nossos dias, tanto que não poucas pessoas pelejam para construir um confortável modo de vida contando lorotas, servindo-se com vários disfarces ao povo da igreja. O que é natural e bonito numa criança pode ser chocante quando persiste no adulto, e mais chocante quando aparece no santuário e procura passar por religião verdadeira". (A. W. Tozer)

É assustador pensar no contexto evangélico atual em nosso país. Somos tristemente considerados seres emburrecidos, por conta do perfil de algumas lideranças de destaque nacional. Não sei se o "deus" da Marilia Gabriela é o mesmo do Silas Malafaia, mas temo ao constatar que aquele que deveria anunciar o Deus da Bíblia é refém do deus entretenimento.

E os seguidores do Malafaia encontram-se em nossas igrejas e seminários defendendo alguns pontos doutrinários bem conservadores (alguns dos quais me identifico), mas em um tom tão amedrontador que, em nada, me faz remeter à lembrança ao estilo "manso e suave" do Senhor Jesus.

Tudo no meio evangélico transforma-se em "show", em plataformas de exibição pessoal. E fico pensando em muitos líderes que começaram seus ministérios de modo simples, e com motivações honestas, mas que em um momento definido de suas vidas viram-se picados pela "mosca do poder" e passaram a engendrar métodos para um rápido crescimento na hierarquia denominacional, para servirem seus caprichos megalomaníacos.

Poucos são os verdadeiramente pastores, pois o que se espera hoje de um lider é uma mente vívida na promoção de eventos, arrecadação de recursos financeiros, estruturas de viabilização do nome da intituição na mídia, e administração de um pessoal humano que, por gosto ignorante torna-se gado marcado. É triste!

Reclamamos dos políticos que elegeram dois "fichas sujas" para serem líderes do poder legislativo em nosso país, mas temos em nossas vitrines eclesiásticas homens da mesma estirpe, tão bandidos quanto! Na realidade, nossa situação é ainda pior que a dos políticos, uma vez que pecamos contra o conhecimento! Vivemos um tempo em que a profecia de Amós tem encontrado ecos nos púlpitos de nossas igrejas:

"Ai dos que vivem sossegados em Sião, e dos que estão seguros no monte de Samária, dos homens notáveis da principal das nações, e aos quais vem a casa de Israel". (6.1)

Para não ficar apenas no lamento, preciso propor uma atitude que precisamos tomar neste tempo de prostituição do sagrado, e faço uma abordagem de tratamento com uma frase: Precisamos de um avivamento!

Esse avivamento que proponho terá de ser clamado ao Pai, porque só poderá vir dEle. Não será resultado de persuasão humana, ou mesmo de algum movimento avivamentista liderado por alguma figura midiática do mundo gospel. Absolutamente. Ele virá dos grotões de nosso país. Virá do renascimento da pregação expositiva dos púlpitos, do discipulado feito em grupos nos dias da semana e na integridade exposta na vida de quem confessa Jesus com os lábios.

Repito, não fará parte da agenda de conselho de pastores ou cômites denominacionais, afinal de contas os que lideram tais corporações não tem interesse em mudanças de mentalidade por parte do povo crédulo demais para protestar os estelionatos cometidos em nome de Deus. Esse avivamento virá por parte dos simples, dos cordeiros em meio aos lobos, dos pecadores que não ousam olhar para cima, mas clamam: "Sê propício a mim, pecador".

Choro por esse avivamento! E a propósito, a Marília Gabriela não terá quem chamar para estar "frente a frente" com ela, pois homem algum liderará esse avivamento, senão o próprio Deus! Não do entretenimento! Mas, o da santidade!

Estamos juntos nesse clamor?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

QUAL TEM SIDO O SEU LEGADO?

Em minha primeira postagem pós férias, quero pensar sobre a importância de deixarmos um legado para as futuras gerações. Me pus a pensar nas verdades expostas no Salmo 37.24,25 que Eugene Peterson assim traduzia em sua "The Message":

25-26 Antes eu era jovem e agora sou um velho de barbas grisalhas — mas nem uma única vez vi o homem temente a Deus ser abandonado, ou seus filhos perambulando sem rumo pelas ruas. Ele sempre tem para dar e emprestar, e seus filhos o deixam orgulhoso.

O que vamos deixar de permanente para nossos filhos e netos? Há muitos que, se preocupam e por conta disso estão sinceramente equivocados, de que são obrigados a deixar recursos financeiros e bens materiais de todas as espécies, mas cada vez mais estou convencido que essa constatação óbvia de Davi perto do fim de sua vida, continua sendo a mais importante dádiva que podemos deixar para a posteridade: "nem uma única vez eu vi o homem temente a Deus ser abandonado, ou seus filhos perambulando sem rumo pelas ruas".

Esse é um dos textos mais citados de toda a Bíblia, e talvez figure entre os mais incompreendidos. Isso porque conhecemos vários homens e mulheres que são justos, ao menos em nossos próprios olhos, mas que passam por necessidades prementes. Mas, deve-se prestar atenção que o texto não aborda que não possa existir justos abandonados pelos homens, mas diz que Davi nunca "viu" isso!

Em outras palavras eu creio que o cerne está no verbo "ver", isto é, Davi não viu, porque quando ele estava diante de alguém assim ele logo assistiu!

Embora não tendo sido perfeito, e alguns dos meus leitores devem se lembrar de Urias, que foi bem mais justo que qualquer soldado, no episódio que culminou em sua morte, para que sua esposa, Bate Seba fosse tomada por Davi. O que salta aos olhos, mesmo nesse episódio, registrado em II Samuel 11, que quando ele foi repreendido pelo profeta Natã, logo houve o reconhecimento: "Pequei contra o Senhor", II Samuel 12.13.

Com Davi aprendemos que, mesmo de modo limitado não podemos "ver" nenhum justo desamparado, sem sermos canais de consolo e de ajuda, para que nossos descendentes nos vejam como generosos, e precisamos entender que a descendência do justo é mantida assistida por outras descedências de justos! Enfim, o bem que você faz hoje, amanhã seu filho fará para outros filhos de outros pais!

E a fala lacônica de um comentarista bíblico continua ecoando em minha mente, quando me apercebo da necessidade de sermos espelhos para os nossos filhos e netos:

"As gerações que nos sucedem estão à procura de modelos, de exemplos do que significa envelhecer na graça de Deus... No entanto, quando aqueles que estão mais velhos fingem que não o são, ou admitem sua idade, mas (supondo) que significa desistência, ou passar a viver dedicados a si mesmos, e se divertirem, o que acontece é que todo o mundo sai perdendo. Quem, afinal, serão os instrutores, os exemplos para os milhões que sabem que algum dia vão ser mais velhos também?
Quem vai dar direção? Quem vai mostrar o pensamento e a vontade de Deus em relação a isso, quando disse: "Até a vossa velhice eu serei o mesmo, e ainda até as cãs eu vos carregarei? (Isaias 46.6)."

Mas, onde estão os homens que se levantarão para deixar marcas visíveis nas vidas de seus filhos e netos do valor do cuidado em relação aos desamparados de nosso tempo? Onde estão os velhos que vão reconhecer "fui moço e agora sou velho", isto é sem tentar maquear a velhice com trejeitos joviais? Onde estão os abençoadores de nossa geração, que vão contribuir para a paz em nossas cidades? Onde estão os referenciais de nosso tempo, os modelos de "boa conduta", que são dignos de serem imitados? Onde estão?

Repito a pergunta: "Onde estão?".