sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CHEGA DA ALGAZARRA NATALINA!

"Afinal, em meio à algazarra, ainda temos nossas compras normais e necessárias, e nessa época o trabalho em fazê-las triplica. Dizem que essa loucura toda é necessária porque faz bem para a economia. Pois esse é mais um sintoma da condição lunática em que vive nosso país – na verdade, o mundo todo –, no qual as pessoas se persuadem mutuamente a comprar coisas. Eu realmente não sei como acabar com isso. Mas será que é meu dever comprar e receber montanhas de porcarias todo Natal só para ajudar os lojistas? Se continuar desse jeito, daqui a pouco eu vou dar dinheiro a eles por nada e contabilizar como caridade. Por nada? Bem, melhor por nada do que por insanidade." (C. S. Lewis)

O Natal tornou-se já há muito tempo uma época de consumos desenfreados, e de um tempo onde compramos coisas que não precisamos para impressionar pessoas que não gostamos! Mudou-se o centro gravitacional da nossa fé do "evento Cristo" que historicamente nasceu em Belém, conforme o texto de Lucas 2.11: "É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor", para o "momento shopping center", episódio da lunática exploração comercial de vitrines exuberantes e lojas superlotadas com produtos para fazer brilhar os olhos dos consumistas inveterados.

A igreja corre o risco de capitular diante dessa troca de eixo quando em suas programações natalinas se perde em eventos mirabolantes e estéticos com ensaios intermináveis, uma correria ministerial exagerada, quando as pessoas são usadas em função da estrutura de um show pirotécnico com o nome de "cantatas", "especiais" ou "shows natalinos"! Fico a pensar se Jesus gostaria que tivéssemos uma agenda tão pesada no fim do ano que os nossos cultos acabam abarrotados de pessoas que querem assistir um espetáculo e não celebrar a Jesus, o aniversariante que deveria ser o sentido máximo de nossos ajuntamentos. Em nossa igreja já tivemos desses "especiais", mas hoje em dia entendo que a simplicidade na liturgia aproxima as pessoas da proposta do Natal ser uma reunião de pessoas e não de exibição de performances pessoais!

Fiz uma rápida enquete no facebook sobre o tema:  Como Jesus comemoraria o seu aniversário em nossos dias? E obtive as seguintes respostas:

Antonio Roque Bernado Bernado: Muito bom esse tema. Tenho certeza que não seria a base deste "consumismo exagerado e muito menos teria-mos um papai noel por perto. Deus vos abençoe nesta enquete.

Rosangela DEle: Ele nem comemoraria, pois nunca comemorou. Apóstolo Paulo recebeu dEle o que nos ensinou. E foi sobre a Ceia, em Corintios 11. Os únicos 2 aniversários comemorados na Bíblia foram de faraó e Herodes, sendo que este recebeu de presente a cabeça de João Batista. Meu Deus ...

Alan Mafort: Acho que ele não teria muito a comemorar nos nossos dias, mais ele comemoraria orando por todos nós.

Ulisses Pereira: Reuniria os seus e clamaria misericórdia ao Pai por ainda cometermos os mesmos erros pelos quais Ele morreu na Cruz.

Graça Pool Araujo: acho que ele nao perderia tempo pra comemorar,ele estaria muito ocupado em interceder pelos seus filhos,...nossos dias cada vez mais violento........

Luzenilda Pedro: Acho que no dia de seu aniversário, Jesus , aproveitaria para ter uma conversa muito séria com a Sua igreja, para fazer alguns ajustes.

Entendo que o Natal precisa ser de uma simplicidade absurda! E defendo esse princípio já há algum tempo! Como sobra comida nesta época! Como falta generosidade entre aqueles que se dizem cristãos e deveriam estar atentos para suprir as necessidades dos outros! Enfim, entendo que precisamos abrir nossos corações e entender que, sobretudo neste tempo, "coisa mais aventurada é dar do que receber" (Atos 20.35).

Um natal paupérrimo para você! Mesmo com mesas fartas, não se esqueçam que o nosso Jesus nasceu em um estábulo, cheirando animal! Ele foi simples o tempo todo, e deseja que não percamos nossa simplicidade também!

É isso.

PS. Preciso retomar a questão da ordenação de mulheres ao ministério pastoral batista. Persisto crendo que isso não está de acordo com as Escrituras (fui criticado pela exegese que não fiz ou pelo argumento pessoal que defendi), mas nesse arrazoado natalino digo que respeito o ministério feminino, tenho em nossa igreja mulheres pregadoras do evangelho que me fazem refletir poderosamente quando pregam. Só defendo que as mulheres, bem como os homens, devem estar sujeitos à orientação pastoral (masculina).