quarta-feira, 26 de novembro de 2014

ESTOU DEIXANDO O FACEBOOK

"Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai". (Filipenses 4.8)

Comecei essa semana pensando muito sobre o uso das redes sociais pelos cristãos de modo geral, e mais específico em meu contexto pastoral. E, confesso que fiquei entristecido. E, fiquei pesaroso no fato de que, muito provavelmente eu tenha entrado em um processo de embrutecimento pessoal. Explico: são tantas situações, fotos, noticias, exposições, declarações e pontuações diversas que exigiriam uma resposta mais rápida e contundente da minha parte que, às vezes em que me posiciono quase sempre sou mal compreendido devido à frieza das letras sem sons e sabores.

Dai tomei uma decisão: vou me livrar aos poucos do mundo virtual para me concentrar mais no mundo real. Algumas pessoas são leões no facebook e gatinhos no mundo real, e refiro-me aos bichanos não como símbolos de fragilidade, mas de covardia mesmo. O fato é que nesses anos de uso no facebook fiz muitos amigos e alguns inimigos, mas não somei na minha condição de ser humano. E isso é bem pessoal.

Quero ter um contato mais real com minhas ovelhas, mesmo sabendo que algumas delas no mundo virtual desconsideram o que ensino no mundo real. É uma lástima o fato de que nossos crentes permitem-se contaminar com conceitos espúrios ao evangelho isso em forma de imagens, músicas, vídeos e sobretudo, ideologias. O recomendado pelo apostolo Paulo não tem sido seguido à risca..."o que também aprendestes, e recebestes, e vistes em mim, isso praticai..." (Filipenses 4.9).

No facebook eu soube de coisas que não gostaria de saber, vi coisas que não gostaria de ver, e sobretudo, me informei junto com o mundo aquilo que gostaria de que você partilhado em privado. Fui invadido pelo mundo, e essa sensação de ter sido roubado das pessoas e confundido com o todo, me deixou órfão de mim mesmo.

Saio sim, para me desconectar desse mundo de fantasias, de poses sensuais e de frases melosas, para me dedicar mais ao olhar nos olhos das pessoas, mesmo aquelas que desviam o seu olhar. Não farei mais contatos via "messenger", pois desinstalei também. Agora só o telefone (que ainda manterei o wattsapp, pois lá ainda posso falar e ver a pessoa em tempo real, e me explicar diretamente quando não sou bem compreendido) usarei, e incentivarei a conversa ainda mais intima, aquela que compartilha o coração e os sentimentos mais íntimos escondidos na alma humana.

Cansei da falsidade virtual, das "curtidas" e "comentários" que vez por outra me magoaram pois me fizeram repensar quem eu era ou o que era para eu fazer. Minha identidade está relacionada à minha missão, e tudo parece claro e simples para mim: "quero marcar vidas com a vida de Deus".

E, infelizmente, isso é para mim, não pretendo criar moda de nada, o mundo do facebook não é o espaço da verdade, é como poderia dizer John Bunnyan, uma "feira de vaidades".

Estou fora. Darei apenas alguns minutos de sobrevivência para tratar dos últimos suspiros dessa minha modesta contribuição.

A todos, os de perto de longe, preservo meu email pessoal (ezequiaspastor@gmail.com), meu celular com wattspapp (24 974015079). E digo que manterei meu blog como minha tribuna virtual, e a divulgação dos artigos será feito pela página institucional no facebook de nossa igreja, que a propósito não é administrada por mim, mas pela nossa secretaria.

Adeus Facebook. Quero ser livre!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

QUE PAIS É ESSE?

É fato consumado que o Brasil "das ruas" não é o mesmo que o Brasil "das urnas". Esse fato histórico tornou-se categórico nas eleições presidenciais deste ano. Sem levar em conta as teorias conspiratórias de fraude ou ainda nas explicações preconceituosas fico a imaginar que o verdadeiro Brasil precisa ainda ser descoberto.

Como o nosso país é contraditório! Em junho do ano passado estávamos às voltas com um despertamento cívico que mais tarde configurou-se em uma cadeia de exibicionismos carnavalescos de uma sociedade imatura que grita por uma liberdade que só será conquistada à base de um conhecimento de sua própria história (controvertida) e de suas incoerências no processo de vir a ser algo parecido com um país. E essa minha leitura torna-se real pelo fato de que, todas as candidaturas que propunham uma mudança de gestão política foram rechaçadas pela maioria da população.

Agora, estamos às voltas de um governo que se vê totalitário,  com uma política assistencialista para os de dentro e simpática aos regimes mais absurdamente antidemocráticos para os de fora. Em outras palavras a "mãe gentil" nas rédeas de nosso governo persiste sendo uma pátria hostil para a liberdade e a modernidade.

Mas, creio que nenhum governo vai além do que vem sendo proposto por um Deus que não está ausente da História. A minha visão bíblica da realidade não me permite vislumbrar um "PT sem fronteiras" na direção do Brasil, pois entendo que, a despeito do que vejo, há uma realidade por entre a própria realidade que aponta um propósito que não consigo vislumbrar, mas me parece perverso e positivo: o juízo de Deus está começando.

Quem tiver percepção espiritual, perceberá e tremerá!

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O QUE FICA DE APRENDIZADO, MARINA?

"Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer". (Provérbios 21.1)

Quando abri o jornal no domingo na manhã de domingo e li que apontava uma ultrapassagem de Aécio Neves sobre Marina já antevi que o medo venceu a esperança (para usar uma frase cunhada pelo marketing petista em uma das eleições passadas). Fiquei pesaroso, fui às urnas e não quis mais assistir nada pela TV até a noite.

Ao fim do culto um casal de jovens me procura e no olhar entristecido deles uma pergunta: "e agora, votar em quem?". Penso que essa é a grande questão dos brasileiros conscientes de que uma mudança era necessária. O que vemos no resultado final das urnas é um povo que não sabe o que quer. Em junho de 2013 o ocupa as ruas das grandes capitais pedindo por renovação e nas urnas em outubro de 2014 vota pela manutenção de uma dicotomia política que  ultrapassa duas décadas.

Mas, a minha proposta é dialogar com os meus companheiros eleitores de Marina numa reflexão que acredito que ela e seu grupo devem estar fazendo. A mais séria delas é se de fato esse sonho é possível. As forças conservadoras da política brasileira matam ainda no ninho as novas lideranças. O que o exercito petista fez com a Marina nessas eleições nunca foi visto na história democrática brasileira! Foram mentiras que jamais puderam ser negadas, pois a resposta da Marina vinha com atraso devido ao seu pouco tempo de TV e também pelo seu estilo comedido. Confesso que tenho minhas dúvidas se o povo brasileiro merece ter uma governante com a fibra de vida de Marina!

A posição dos evangélicos não me assusta, pois conheço um pouco da visão dos lideres de conceituadas denominações e sei que, em época de eleições eles sempre vão para o lado que tem chances reais de vitória, pois não costumam arriscar seus contatos. Nem em sua própria igreja Marina teve apoio, isso porque ela não é bitolada o suficiente. Que bom, pois se ela recebesse algum tipo de identificação com a ala conservadora das "Assembleias de Deus", isso a engessaria a repetir à exaustão seus princípios políticos próximos à direita conservadora e não ao progressismo da esquerda. 

Vejo que Marina errou em não ler detidamente seu programa de governo antes de vir à público com uma clara política favorável ao movimento gay. Depois ela recuou, mas ai cristalizou uma imagem de fraqueza e falta de convicções. Ela errou também ao não manter palanques abertos sobretudo em Rio, São Paulo e Minas, com isso ela perdeu valiosos votos nessas que são as principais vitrines nacionais. E, por fim, ela errou em não se preparar (ou ter isso como uma fraqueza de personalidade) de, nos debates para uma postura mais ativa em relação às criticas da "Gestapo" petista, pois ela ficou como "vítima" e isso alimentou o desejo sanguinolento do PT.

Por fim, PT ganhou a batalha, mas ainda não venceu a guerra. Não sei se o povo brasileiro terá coragem de tirar esses tiranos do poder, mas de todo o modo, creio que Marina caiu de pé. E cá prá nós, orei por isso, ao dizer ao Senhor: "Se for para ela se desviar, não permita que ela vá ao segundo turno". Deus atendeu!


sábado, 13 de setembro de 2014

MARINA, MOSTRA A SUA CARA!

Embora não a defenda publicamente, tenho o dever de ponderar que, de acordo  com o quadro eleitoral desse ano, Marina Silva representa um oásis de esperança em meio ao deserto petista que o Brasil parece estar decidindo deixar para trás.

Entendo que o ex-presidente Lula vai entrar na história como o homem que conseguiu emplacar vários "postes" nas eleições desse período da história republicana, sendo o mais destacado justamente sua criatura por excelência, a "presidenta" (que termo horrível) Dilma Roussef.  E agora, Lula evita bater em Marina justamente para poder ter um naco do seu poder, se ela for eleita presidente. Isso me preocupa: até que ponto Marina expurgou o sangue petista de suas veias?

Tenho ojeriza ao petismo! Já votei várias várias vezes no PT, inclusive ultimamente, mas me penitencio aqui por conta do modo paralisante de administração desse partido com suas várias tendências digladiando-se entre si, repartindo o poder como sanguessugas em suas presas sanguinolentas. Que horrível é o "modus governanti" petista!

Agora, tenho que pedir algo a Marina. Sei de minha pequenez nessa rede e da inexpressiva força de meu blog, mas peço a Marina que "mostre a sua cara" no segundo turno. Que, de inicio mostre quem serão seus assessores mais próximos no futuro e eventual governo. Ela tem de parar de dizer que governará com "os melhores", pois isso é muito geral. Olha, a Dilma também governa com os "melhores", na ótica dela! Todos tem os seus "melhores". Agora, quem são "os melhores" de Marina? Eu quero saber. O povo precisa saber.

Marina precisa provar que não veio de Marte! E olha que o Acre é longe mesmo! A história de vida e de superação dela é encantadora. Mas, ela precisa provar a que veio, quem serão seus parceiros de governo, como ela governará com pessoas ao invés de partidos! Sua fé precisa ser defendida em seu direito constitucional, e ninguém pode acusá-la de fundamentalista, porque "cá para nós", ela me parece uma assembleiana até bem liberal, em relação ao que apregoa sua centenária denominação!

Gostei do recuo dela em seu louco programa de governo. Agora uma questão: como ela permite que vá para a mídia um programa ridículo daquele defendendo união civil de homossexuais, adoção de crianças em relacionamentos homoafetivos e criminização da homofobia! Aquilo arrepiou minha costela! Ela recuou, mas até quando?

A Marina é sincera, abnegada e determinada. Vem sobrevivendo franciscamente às duras críticas da Dilma e do Aécio, mas precisa falar mais sobre sua equipe de governo e a praticidade de suas ideias. Sei que ela esperará o segundo turno. Gostaria de ver a Marina mais junto do FHC do que de Lula! Seria bom demais para ser verdade!

Não suporto mais o PT.

sábado, 30 de agosto de 2014

E AGORA, MARINA?

"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que põem as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!". (Isaías 5.20)

Li agora o programa de governo de Marina Silva e fiquei triste com a realidade da política no Brasil: ela teve de curvar-se ao já exposto pela tendência liberal da elite brasileira, o que contraria a própria sociedade que deseja conservar os valores cristãos de nosso povo.

Diz textualmente que o programa apóia a criminização da homofobia, o que reforça a consciência de que os homossexuais são cidadãos privilegiados, e pior,  além de garantir a união civil entre pessoas de mesmo sexo, ele se propõe a eliminar obstáculosmpara a adoção de crianças por casais homoafetivos.

A luz amarela acendeu em minha consciência, confesso que, em minha ingenuidade política acreditei que ela ao menos iria em seu programa colocar alguma nota de que tudo isso seria submetido a consultas populares, mas pelo visto, ela e seus assessores trabalharão neste sentido.

Fica no ar uma situação delicada do ponto de vista ético: o Brasil não suporta mais quatro anos de regime petista, ao mesmo tempo não confia na volta do pensamento liberal do PSDB, e fica refém de um programa libertário de Marina Silva.

Resultado: oremos e muito pelo Brasil nessas eleições e votemos em quem nossa consciência determinar.

Retiro meu apoio público a Marina Silva!

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

PRESIDENTE EVANGÉLICA?

Ester 4:13-14
13 - Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus.
14 - Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?

Fiquei tanto tempo sem escrever algo nesse meu espaço virtual que neste ínterim todo o cenário de nossa eleição presidencial mudou com a morte trágica de Eduardo Campos e a ascensão meteórica de Marina. Embora tenha usado essa expressão "ascensão meteórica" eu acompanho o pensamento de alguns analistas políticos de que Marina na realidade apenas recuperou os seus índices alcançados nas últimas eleições quando amealhou 20 milhões de votos em território nacional.

O fato é que pela primeira vez na história do nosso país poderemos ter uma presidente evangélica. A trajetória de Marina Silva confundi-se com a história de muita gente simples do nosso país que, a despeito das fragilidades físicas agiganta-se na luta por igualdade e justiça social, pautando suas decisões éticas na Bíblia e no testemunho dos grandes homens do passado e presente. De seringueira no norte do país à senadora da República, Marina pouco mudou, a não ser ter em sua tenacidade de vida um elemento a mais que ela (e eu também) chamo de "providência divina".

Impedida de concorrer por não ter assinaturas suficientes (em uma manobra orquestrada por poderosos petistas), ela aceitou ser vice de Eduardo Campos que, nas palavras dela, representava uma nova forma de se fazer política, obviamente para contrastar essa dualidade burra de "PT e PSDB" que já persista no país há exatos 20 anos! Quis o Senhor que, com a morte de Eduardo ela viesse como candidata à presidente pelo seu partido atual, o PSB.

Deixa eu pontuar algumas verdades aqui que julgo serem importantes para não romantizarmos demais essa questão:

1) A providência de Deus é sempre boa, embora ela se mostre carrancuda para alguns, para me utilizar de um termo cunhado pelo poeta inglês William Cowper. A morte de Eduardo deve ser lastimada, é uma perca para a família e para os seus achegados em primeiro plano, mas mostrou-se uma oportunidade para o país conhecer melhor as propostas de Marina.

2) Outro ponto que preciso salientar é que o partido que Marina filiou-se é o "Partido Socialista Brasileiro". Tenho algum temor nessa ideologia, mas compreendo que a formulação de seu programa de governo Marina parece ter se desassociado da ideia truncada e estatizante dos socialistas, e ela está bem mais próxima da visão de um Estado que serve ao bem estar das pessoas, sem desrespeitar direitos individuais, algo que o PT não vem fazendo.

3) Nem sempre uma presidente evangélica é alguém que privilegia a agenda evangélica. Devemos ter em mente que Marina em sendo eleita, será presidente do país e não pastora de uma denominação evangélica. Logo, concordo que temas polêmicos devem ser tratados por plebiscito como aborto, casamento homossexual, legalização das drogas, enfim, assuntos que não podem ser resolvidos com "canetadas", mas com debate de ideias.

Fico em paz, para declarar o meu voto em Marina. Ela me parece preparada para governar. Agora, sei que, ela é humana, e será orientada por humanos, e o governo humano é falho, mas entendo que temos de analisar o quadro político desse tempo que vivemos e independente de nossa posição, temos de clamar, para que o Deus da Providência esteja positivamente vindo em nosso favor.

Que venha o dia 05 de outubro!
   

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DE DILMA, NÃO DÁ!

Sei que corro risco de ser julgado, mas não me acovardo de dar minha opinião política neste espaço virtual. Quem me conhece sabe que, do púlpito jamais faria essas considerações por entender que aquela plataforma não contempla posições pessoais mas sim o que diz o Senhor em sua Palavra.

Mas, como cidadão e formador de opinião posso descrever minha incomodação com este clima morno da campanha presidencial este ano. Julgo que sejam reflexos de uma insatisfação explicita de boa parte dos brasileiros com a classe política. Mas, o fato é que esse desinteresse é tudo o que o grupo político que governa o Brasil há doze anos deseja para perpetuar-se no poder.

O PT é um partido totalitarista que não tem um projeto de governo, mas um projeto de poder. O que vemos nesse grupo político deveria nos corar de vergonha! São criminosos condenados sendo tratados como heróis, pessoas ligadas ao governo denegrindo perfis de jornalistas que ousam falar mal desse perverso grupo, além disso (o que já é sério por si) vemos a política internacional do governo servindo de sucursal cubana e apoiando grupos terroristas como o Hamas em uma última e desastrada participação de nossa política de relações exteriores.

A candidata à reeleição não tem o apoio nem de seu grupo político, pois uma parte considerável de seu partido gostaria de ver o movimento golpista (embora democrático) do "volta, Lula" no cenário político nacional, mas ela resiste, mais por ambição pessoal do que habilidades de gerência governamental.

Quero neste espaço privativo (essa não é a opinião da igreja que pastoreio) mas a minha, exclusivamente pessoal é: votar em Aécio Neves, para provocar um segundo turno e ai naquele curto período provocarmos um debate de propostas para o país em um ambiente menos desigual. Sei que a cúpula petista preparará uma campanha bem aos moldes dos  radicais totalitários que os petistas endeusam, mas ao menos teremos em um segundo turno a serenidade para votar em paz, sem os apupos de um partido que está no poder apenas visando um interesse: implantar o controle sobre as cabeças pensantes do país.

É o que eu penso.

terça-feira, 29 de julho de 2014

AINDA SOBRE O HAITI!

Li um artigo escrito pelo pr. Gilvan Barbosa (PIB de Teresina, PI) em que ele defendeu que nossas igrejas no Brasil têm perdido o sentido de "igreja em missão" para o paradigma da "igreja em reunião".  Como já venho pensando na necessidade de uma mudança de foco em nossa mentalidade de igreja, essa visão me despertou uma reflexão numa proposta de igreja fora dos portões. Fico a pensar como seria se um dos nossos cultos mensais fossem feitos nos lares, com convites aos não crentes, numa abordagem de interação e empatia com as pessoas, sem qualquer preocupação evangelística, apenas no interesse pela vida das pessoas. Como seria?

Estou escrevendo esse artigo no vôo de saída do Haiti, em direção ao Brasil, e aqui neste pais caribenho (o mais pobre das Américas) tive uma experiência em que Deus falou profundamente comigo. Em 2010 tive a oportunidade de visitar um acampamento formado por desabrigados do trágico terremoto que vitimou cerca de 250 mil pessoas e arrasou 80% da capital, Porto Principe. Naquela ocasião, fiquei tremendamente perturbado quando visitei um família que mesmo naquela situação destroçada enfrentou outro drama: havia chovido e eles perderam a tenda de lona que os abrigava. Meu coração apertou-se por não poder fazer nada!

Agora, quatro anos após esse episódio, programei junto com o pr. André (missionário dos batistas brasileiros no Haiti) uma visita a um outro acampamento, formado integralmente, em suas mais de 300 tendas de desabrigados, ainda do terremoto de 2010. Inicialmente, hesitei em voltar a viver mais essa experiência de impotência diante da tragédia, e o Senhor falou comigo fortemente: "quem disse que você tem de fazer alguma coisa para resolver o problema daquelas pessoas do acampamento, olha, eu quero apenas que você esteja entre elas!". Fiquei tocado com a voz do Senhor, e confessei o meu pecado de auto-suficiência por pensar que eu poderia fazer alguma coisa. E fui, apenas para me identificar com os mais empobrecidos dentre os pobres haitianos.

E eu que, já havia lido e pregado bastante sobre o importante princípio da identificação como uma ponte de acesso ao coração do outro, aprendi a lição de que na prática as pessoas não querem somente a solução imediata de seus dramas, elas precisam ser inicialmente (e algumas vezes, unicamente) serem tocadas. Estivemos em nossa caravana de 15 pessoas tocando, sorrindo, orando, liberando uma palavra de esperança sobre aquelas pessoas. Eu confesso que naquela manhã ensolarada eu preguei o meu maior sermão. Eu preguei a mim mesmo.

Por isso que, voltando ao modelo de "igreja em missão" que precisa superar o de "igreja em reunião", precisamos vencer nossas barreiras que nos impedem de chegarmos às pessoas. Erigimos muros de contenção com nossos cultos pré-programados, musiquinhas idiotizadas e mensagens humanistas travestidas de princípios de autoajuda. E por conta desses muros, as pessoas não são vistas como prioridades de nosso amor e atenção, pois estamos ocupados demais azeitando nossas máquinas denominacionais. Tenho para mim que, se Jesus estivesse em nosso meio ele estaria mais fora do que dentro dos nossos templos. 

É apenas um palpite, mas essas idéias todas aqui nesse espaço poderiam gerar uma séria discussão em nossas igrejas e seminários.

Por enquanto é só.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O QUE ESTAMOS VIVENDO AQUI NO HAITI.

"Quem recebe uma dessas crianças em meu nome,está me recebendo". (Mateus 18.5)

Estou liderando uma caravana de onze brasileiros em uma missão aqui no Haiti. No perfil geral são pastores, missionários, professoras e estudantes batistas (com a honrosa exceção de uma assembleiana) que se disponibilizaram suas férias e folgas para servir à igreja haitiana. Vieram de Angra dos Reis (RJ), Queimados (RJ), Riomde Janeiro (RJ) e Macéio (AL).

E a proposta que nos une aqui esse ano é bem emblemática, pois há tempos venho dizendo que a face mais triste da tragédia do Haiti nesses séculos de exploração internacional e pobreza extrema  são as crianças, e entendo que nossa contribuição deve ser na direção de uma capacitação para professores e cuidadores que atuam na educação infantil desse país.

Pensando nessa direção, Deus montou essa equipe para trabalhar em um "Congresso de Educação Cristã com temáticas contundentes a esse contexto de reconstrução nacional: teologia bíblica da criança e do educador, direitos universais da criança,  psicologia do desenvolvimento da criança, Jesus como modelo de educador, criatividade em sala de aula, contextualização de conteúdos, transtornos de aprendizagem e oficinas de reciclagem, confecção de instrumentos e demais assuntos do interesse do educador contemporâneo.

O que temos aqui essa semana são 25 (vinte e cinco) professoras e professores absorvendo cada ponto de nossas palestras, e atentos nos cultos noturnos quando somos conduzidos em "louvor e adoração" por um ministro de música haitiano e sempre com uma palavra de um dos pastores de nossa equipe para motivar os haitianos a reconstruírem seu país dependendo do favor do Senhor. Ontem falei sobre o caráter compassivo de Jesus, no episódio da "multiplicação dos pães e peixes".

Com os recursos financeiros que conseguimos levar (7 mil dólares) estamos mantendo os custos do Congresso (custeando a participação dos congressistas) e iremos deixar kits educacionais para quatro   escolas de ensino pré escolar e ainda donativos para orfanatos e bíblias que pretendemos distribuir em um dos acampamentos aqui da capital. As carências aqui são enormes, mas entendo que podemos ajudar ainda mais para minorarmos essas dores e carências.

Algo que está muito claro em nossa mente nesse investimento que estamos fazendo aqui no Haiti é a necessidade que temos em crer na educação como sendo ponte de transformação não apenas no quesito da individualidade, mas também de reconstrução de valores nacionais. O Haiti tornou-se independente em 1804, bem antes dos EUA e do Brasil e firmou-se como uma  nação de guerreiros, mas não de construtores de valores nacionais. Dos primeiros 20 presidentes, 16 foram assassinados, isso atesta o caráter belicoso de um povo que, por conta da defasagem tecnológica encontra-se vivendo ainda como alguns recantos africanos, da cultura de subsistência. Aqui o que se produz, se consome, e pasmem, sem investimentos estrangeiros esse país não tem como caminhar.

O que podemos fazer então para ajudar? Investindo em três frentes de trabalho: "formar formadores, discipular discipuladores e empreender empreendedores". Essa é a visão dos batistas brasileiros aqui no Haiti, que estão representados pela familia missionária André e Verônica. Temos jovens radicais aqui no país (que irão embora em setembro) e precisamos que outros se levantem para exercerem um ministério distinto do que estamos acostumados ai no Brasil. Aqui não há necesidade de evangelistas e pregadores, mas de professores, assistentes sociais e profissionais que desejam formar e capacitar uma nova geração que seja autônoma em suas propostas e ações comunitárias.

Algumas ONG's conseguiram enriquecer seus presidentes aqui no Haiti. Uma porcentagem louca de recursos recolhidos para ajudar no combate a miséria foram vergonhosamente desviados de suas intenções primeiras. O aue temos agora, nesse país é um suspiro por pessoas que se coloquem ombro a ombro com eles, não apenas orientando novos caminhos, mas caminhando com eles.

Estamos aqui essa semana para isso: passar conceitos, fazer junto com eles, investir financeiramente, mas sobretudo revermos também nossa prática, sobretudo em um contexto de igreja evangélica brasileira que anda por demais acomodada e pensando apenas em seu próprio umbigo. Sei que merece um outro artigo, mas devemos deixar de ser uma igreja guiada por programas, para sermos uma igreja guiada por princípios.

Não sei porque, mas quando estou aqui no Haiti eu aprendo mais do que ensino.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

FALTOU HUMILDADE À SELEÇÃO DE FELIPÃO!

"Bem aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus". (Mateus 5.3)

No calor dos "7x1" eu escrevi um artigo que ia nessa mesma direção, mas o meu IPAD descarregou-se antes de eu publicá-lo, o que entendi como um sinal de que minhas mal traçadas linhas poderiam conter alguma imprecisão provocada pela surra que a seleção canarinho havia sofrido naquela tarde de terça.

Mas, persisto entendendo que nós perdemos para a austeridade alemã, bem mais do que para o time muito bem treinado tática, física e emocionalmente por sua equipe técnica. O povo brasileiro tem em sua base de formação muito da irresponsabilidade para com os horários, falta de compromisso com regras pré estabelecidas e, sobretudo a molequice de achar que na hora "h" tudo vai dar certo por conta de nosso carisma travesso.

Foi essa a tônica da seleção de Filipão: homens tratados como meninos; entrando em campo em regime de formação escolar (com mãos ao ombro, como no colegial); cantando o hino nacional como infantes guerreiros; chorando como bebês mimados (quando lhes ameaçam tirar o pirulito) e endeusados por uma mídia que tenta nos enfiar goela abaixo heróis de caráter dúbio como Neymar e companhia. Quando vi a camisa do Neymar trazida pelo grupo, pensei: é para lembrar do coleguinha que ficou de castigo na diretoria!

Estamos em uma carência de homens em nossa sociedade. Tenho aprendido a pensar nestes termos depois de ler o livro "homem ao máximo" de Edwin Cole, veja algumas frases dele:



“O descaso paterno em relação à família é a praga de nossos dias”.

“Qualquer indivíduo do sexo masculino pode gerar uma criança, mas somente um homem de verdade é capaz de ser pai”.

Pensando nessa direção, me ocorre pensar no perfil "Filipão", que foi dar um valor a mais de motivação aos seus atletas, dando a eles a convicção de que eles eram os melhores." Parreira (coordenador técnico) começou a Copa dizendo que já estávamos com uma mão na taça! Vizinhos de Teresópolis diziam que raramente a seleção treinava, era só brincadeiras e tardes nos aparelhos de academia. Para o time brasileiro o título seria uma questão de tempo apenas... Começaram brincando e terminaram alvos de brincadeiras! Tudo muito "moleque", coisa de menino! Faltou hombridade à nossa seleção!

Fico preocupado com o futuro de nossos filhos, sendo criados em uma sociedade que exalta super heróis (homem de ferro, homem aranha, super homem) justamente pelo fato de que homens não serem mais pura e simplesmente "homens". Não tenho críticas aos homens que choram! Mas, não se pode fazer do choro uma máxima como foi dessa seleção, que ao meu ver foi submetida por seus lideres a um peso descomunal de importância para o país como por inteiro. Gente, a saúde continua a mesma, a educação também, a pobreza também, os (maus) políticos também, enfim os nossos problemas persistem e persistiriam mesmo com o "hexa". Prova dessa pressão descomunal foi a fala de David Luis: "eu só queria dar alegria ao nosso povo tão sofrido". 

Se futebol e política não devem se misturar, creio que pelo menos ele pode explicar alguns desequilíbrios em nossa sociedade. Por isso, entendo que não somos mais os melhores (jogadores já declararam isso), e que precisamos treinar muito para estarmos entre os que aspiram ser alguma coisa no futebol! Em suma, houve excesso de auto confiança.

Por fim, o Filipão precisa aprender a ser humilde, como essa história abaixo: 


Um grande líder cristão, discutindo os maiores problemas da Causa, ressaltou o da liderança. Disse ele: "O mundo está muito necessitado de líderes. Está tão ansioso que, ao ouvir a voz de alguém, o segue. E é uma tragédia que siga tão bem a um líder mau como a um bom." No ato de seguir a qualquer líder, o homem se parece com as ovelhas. Se observamos um rebanho mudando-se de um pasto para outro, veremos que todo o rebanho seguirá a primeira ovelha que se colocar à frente. E muitas vezes, antes que o pastor tenha tempo de abrir o portão, a ovelha guia pula a cerca, na pressa de comer o sal ou beber a água, e todas as demais lhe seguem a exemplo. A maior necessidade do mundo hoje em dia, humanamente falando, é a de liderança sábia: "Um líder deve ter as seguintes qualidades: Humildade, propósito, confiança, personalidade, calma, domínio próprio, paciência, simpatia, abnegação, obediência e amor." Como foi dito, o homem se parece com as ovelhas. O homem quer também um líder a quem possa seguir. Um líder que apenas mande e não faça, não será obedecido. Um líder deve ser o primeiro entre companheiros. 

E isso vale para nossos pais, professores, políticos e, para continuar na letra "p": pastores.

É por ai. 


quinta-feira, 26 de junho de 2014

CAIO E OS DEMAIS CAIDOS!

"Porque se introduziram furtivamente certos homens, que já desde há muito estavam destinados para este juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de nosso Deus, e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo". (Judas 4)

O fato evangélico da semana foi a entrevista do Caio Fábio no programa do Danilo Gentili (SBT). Hesitei em ver porque já sabia do baixo teor da proposta de pseudo evangelho do Caio, mas por obrigação pastoral vi-me no desafio de acompanhar seus rasos pontos de vista e confirmar mais uma vez minha opinião sobre ele: um caído.

Mas, o que me parece ainda mais preocupante, além dos milhões de desafetos evangélicos, é o fato de que falar mal da igreja está se tornando um assunto dos mais prediletos em determinados ambientes, desde as academias (seminários) até nas conferências teológicas (inclusive de linha reformada). Aprendi com Joel Beeke de que a única forma de se falar da igreja é com os olhos marejados de lágrimas, mas ouço cada vez mais pregadores e articulistas falando da igreja com termos bem carregados de pejurativos: burros, malditos, miseráveis, desgraçados, calhordas, dentre outros. 

Olha, de modo algum defendo que não exista nas expressões plurais da "igreja evangélica brasileira" gente desonesta e pilantra, mas os generalismos me assustam! Caio critica o dízimo, mas foi sustentado durante 30 anos por conta da fidelidade dos crentes que hoje ele chama de "burros". Cada vez mais cimenta-se em mim a consciência de que a rebeldia é filha da ingratidão! Os críticos da igreja participam de conferências sustentadas pelos evangélicos, pastoreiam os que se identificam como "evangélicos", mas cismam em dizer em artigos rebuscados que já não são mais "evangélicos". Tenha santa paciência! São enganadores da fé simples do povo!

Os caídos são filhos de crentes, alguns de pastores, que foram criados na Escola Bíblica Dominical, foram sustentados em todo o período de formação teológica,  participaram das bênçãos espirituais e materiais dos crentes e agora, dizem "eu sou a igreja". Desculpe o meu português rascado: cospem no prato que comeram a vida inteira!". Isso me causa náuseas!

A igreja é imperfeita, porque é formada por pessoas imperfeita. Mas Jesus vai chamá-la de "minha igreja", em Mateus 16.18 e Pedro vai denominá-la de "a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido", I Pedro 2.9. E não venha me dizer que aqui não contempla as denominações, pois igreja no NT é sempre entendida de uma forma plural, logo na sua expressão local (batista, presbiteriana, congregacional, metodista, assembléia de Deus, independente) ela possui o germe daquilo que Paulo vai chamar de "corpo de Cristo", em I Coríntios 12.

Vamos fechar uma questão? Falar mal da igreja é o mesmo que falar de Jesus! Pois noivo algum fica em silêncio quando se achincalha sua noiva! E Paulo em Efésios 6, vai dizer que a igreja é a "noiva de Cristo".

Caio e os caídos podem continuar falando, em suas pretensas inteligências à moda de "papagaios" que articulam conceitos que não dominam, mas a igreja permanecerá forte, quer vocês queiram ou não. Posso terminar com uma sentença: "a igreja tem muitos críticos, mas nenhum rival".

quinta-feira, 12 de junho de 2014

COPA: APRECIE COM MODERAÇÃO!

Passo os olhos no "Jornal O Globo" de hoje e sou capturado pela frase final da interessante coluna do Merval Pereira, (Blater e Dilma) "não entenderam até agora que, em vez do folclórico e dócil povo brasileiro que se encantaria com a magia da Copa do Mundo, há uma sociedade inquieta em busca de um futuro que não se resuma a pão e circo".

Fico intrigado com cegueira patriota de quem confunde a mística da nação brasileira com um time de futebol. Há quem até considere o Filipão uma autoridade nacional! Nada disso. Precisamos ter em mente que o Brasil continua com seus sérios problemas nacionais e continuamos com índices dos países subdesenvolvidos em muitas frentes. De que adianta sermos o país do futebol, se somos também o da desigualdade social?

Os crentes não podem furtar-se de torcer de vestir suas camisas amarelas mas, na realidade temos um chamado para assumirmos uma posição de intercessão nesses dias! O chamado pode ser o de Jeremias: "E procurai a paz da cidade, para a qual fiz que fosseis levados cativos, e orai por ela ao Senhor: porque na sua paz vós tereis paz", 29.7.

Infelizmente temos um governo com tendências totalitárias que interpretou o advento da Copa do Mundo no Brasil como sendo uma poderosa manipulação popular, mas como se diz popularmente "o tiro saiu pela culatra" e o ex presidente Lula não ousará ir aos estádios, pois o seu legado grandiloqüente foi vazio como seus argumentos de defesa aos quadrilheiros mensaleiros!

O Brasil vive um desgoverno em termos nacionais, isso porque esse governo imprime uma imagem de medo e tem suspiros por posturas cubanas em um pais de dimensões continentais. Tomara Deus que as urnas expressem fortemente o desejo por mudanças. Tudo isso para um pais com menos circo e mais pão!

A propósito, até torço meio que contragosto pelo time do Filipão! Mas torço muito mais para o nosso Brasil mudar de rumo nas próximas eleições!

Tenho dito.

Uma dica: Não que seja a melhor opção, mas a única forma de forçar um segundo turno é votando no Aécio!



quinta-feira, 5 de junho de 2014

SOU CONTRA A LEI DA PALMADA!

Provérbios 13:24
24 - O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.

Provérbios 22:15
15 - A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela.

Provérbios 23:13
13 - Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá.

Provérbios 29:15
15 - A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.

Existem coisas que só acontecem no Brasil! Sei que essa frase pode soar um “clichê”, mas não pude evitar ao ver em uma das paginas do jornal “O Globo” de hoje a foto da apresentadora Maria Xuxa Meneguel ao lado do presidente do Senado, Renan Calheiros, fazendo caras e bocas diante de um público brasileiro que agora carrega mais uma lei inócua e indecente: a ex “lei da palmada”, agora batizada de “menino Bernardo”.

Essa monstruosa lei proíbe a aplicação por pais e educadores, de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina ou educação. Esse projeto entende castigo físico como “ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou adolescente que resulte em sofrimento físico ou lesão”. Já tratamento cruel ou degradante é visto como “conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou adolescente que humilhe, ameace gravemente ou ridicularize”.

Mais uma lei inócua! Por quê? Pelo fato dela não prover uma pena severa, pois apenas prescreve medidas socioeducativas, e afirma o “obvio ululante” de que as sanções já estão previstas em nosso Código Penal em casos de maus tratos. Em suma, uma lei que já possui outra lei para tratar desse assunto. Ora, uma criança como o menino Bernardo que, supostamente teria morrido com a aquiescência do pai e envenenado pela madrasta não precisa de uma lei a mais, basta a aplicação da lei existente. Esse é um dos meus pontos neste artigo: não há necessidade de uma lei para regular o que já existe, isto é, quem espanca uma criança sofrerá as penas apropriadas e já previstas a esse delito.

Agora, o meu outro ponto é: disciplina física não é violência à criança, é correção no seu caráter. Vou me ater a algumas falas escritas no excelente livro de Tedd Tripp sobre educação de filhos, publicado pela Editora Fiel, com o nome sugestivo de “pastoreando o coração da criança”:

“A vara é o pai fiel reconhecendo o estado perigoso de seu filho e empregando um remédio dado por Deus.”

“A vara é um pai, com fé em Deus e com fidelidade para com seus filhos, que assume a responsabilidade do uso oportuno, comedido e controlado da punição física, a fim de enfatizar a importância de obedecer a Deus, assim resgatando seu filho de continuar em sua insensatez até a morte”.

“A vara traz a criança de volta ao lugar da benção. Deixada entregue a si mesma, ela continuaria a viver movida pela paixão. Continuaria a buscar conforto na escravidão de seus desejos e temores. A vara de correção faz a criança voltar à submissão aos pais, à posição em que Deus lhe prometeu a benção.”

A Bíblia é o nosso manual de criação dos filhos, sem violência, mas ao mesmo tempo no uso consciente e moderado da correção física para levar novamente a criança ao coração de Deus. Concordo, entretanto, que muitos pais não tem sabido usar desse santo recurso e apelam para a tirania, mas repito, para esses já existe legislação para puni-los.

Tenho para mim que, essa famigerada lei é uma intrusão do Estado na educação dos nossos filhos! É próprio de um Congresso Nacional contaminado pela ideia estatizante de sermos dominados em nossas condutas pessoais por um governo que se encanta com o totalitarismo!

Os nossos filhos criados pelo sistema bíblico exposto neste artigo persistirão sendo leais em seus compromissos e melhores cidadãos, isso é atestado nos lares cristãos onde a vara é usada (e continuará sendo usada) com amor e rigor.

A propósito: não precisamos que o governo nos ensine como educar nossos filhos, a Bíblia já nos diz. Combinado?

segunda-feira, 26 de maio de 2014

PROJETO MISSIONÁRIO HAITI 2014

Objetivos:

- Oferecer suporte pedagógico aos professores e cuidadores de crianças em projetos de pré escola mantidos pelos batistas brasileiros.

- Investir com um "kit de material escolar" para as crianças que estudam em instituições lideradas por nosso missionários no pais caribenho.

- Ouvir mais de perto os projetos de extensão de ajudas ao povo haitiano que reúne os seguintes números, de acordo com reportagem recente no jornal "O Globo" de 04/05/2014: 10 milhões de habitantes, com analfabetismo de 52% e 80% da população abaixo da linha de pobreza. 

- Promover o "Congresso de Educação Cristã  Brasil-Haiti" com a presença de professores das igrejas haitianas, com a liderança de pastores e educadoras brasileiros.

Necessidades:

- Voluntários que tenham paixão por crianças, e alguma experiência em trabalhos voltados para esse público.

- Preletores e intérpretes para as palestras do Congresso.

- Igrejas e mantenedores que se levantem respondendo por cotas de R$ 100,00 a 1000,00 para investimentos com: compras de alimentos e ofertas para os orfanatos, custeios de passagens e alimentação dos professores haitianos no Congresso, um kit de material escolar (R$ 5,00 cada), ajuda de custo para voluntários que comporão a equipe

Perfil do voluntário:

- Membros de igrejas evangélicas, com recomendação expressa de seus respectivos pastores.

- Compromisso de levantar os R$ 3300,00 que constitui o custo por pessoal em termos de passagens, alimentação e estadia no país.

- Estar disponível para viagem que compreenderá o período de 20 a 28 de julho.

Contatos:

Para maiores detalhes e agendamentos para falar às igrejas interessadas: Ezequias Amancio Marins, pastor batista, Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ.

Telefones: (24) 33775560 (casa), 33670741 (igreja), 974015079 (celular)

Conta do Projeto:

Bradesco, Ag. 6893-4; Cc. 2446-5

Igreja Batista Central em Japuiba, Angra dos Reis, RJ

quarta-feira, 14 de maio de 2014

ABORTO! NUNCA! EU SOU PRÓ VIDA!

Dei uma entrevista recente a um adolescente sobre aborto e penso que alguns pensamentos podem ser visitados para propor uma reflexão sobre esse tema, mesmo que ainda incipiente.

O aborto não é apenas uma questão religiosa. Entendo que ele deve ser encarado também com um assunto relacionado aos "direitos humanos". Afinal de contas, todo ser humano tem direito à vida, de acordo com a nossa constituição. As estatísticas dizem que o número de abortos aumenta na proporção em que o respeito à vida diminui.

E temos um manual que nos incentiva o respeito aos direitos humanos, de modo bem mais consistente do que qualquer compendio de escrita humana. A Bíblia é um livro pró vida. Desde o Gênesis encontramos um Deus que criou todas as coisas vivas. Há um respeito divino em relação à vida. Em um dos mandamentos entregues por Deus a Moisés, líder do seu povo no Antigo Testamento temos o famoso "não matarás", Êxodo 20.13. No  Novo Testamento temos Jesus sendo o representante da vida o tempo todo em seu ministério. Ele curava doentes, ressuscitava mortos e chegou a dizer "eu vim para que tenham vida", João 10.10.

O fato é que em aconselhamentos com pessoas que já fizeram abortos, em todos eles percebo um forte sentimento de culpa por terem tirado a vida de quem lutava para viver! E entendo que, esse assunto que vez por outra volta em meio aos debates políticos, não pode ser tratada como bandeira de qualquer grupo cristão. Já existe uma lei contra o aborto no Brasil. Ele é crime, excetuando vítimas de estupro, e por razões médicas, quando há risco de morte da mãe. O que sinto falta em nosso país é uma consciência pró-vida.

A gravidez precoce é um erro, mas não acredito que o mesmo justifique um outro ainda pior, no caso, o aborto. Olha, o jovem precisa se conscientizar de que Deus criou o sexo para o casamento. Quando Deus entregou Eva a seu esposo Adão, ele disse: "Portanto, deixará o homem a seu pai e sua mãe (casamento) e unir-se à sua mulher, e se tornarão uma só carne (sexo)." Gênesis 2.25

Criar filhos exige maturidade. E, maturidade não tem a ver com idade, mas sim com responsabilidades assumidas ao longo da vida. E creio que a igreja deve acolher as adolescentes e jovens que se engravidaram a fim de ajudarem-nas no exercício da maternidade.
Os pais dos adolescentes e jovens que se engravidam devem fazer o que se espera deles: suporte. Mas deixando claro que avós não criam filhos. Filhos são criados por pais!

Devemos atentar-nos para o fato de que as orientações de Deus são sempre preventivas...mas o apoio dele aos pecadores é sempre providente... Logo, Jesus certa feita disse: "Vinde a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados que eu vos aliviarei". (Mateus 11.28)

Deus libera essa palavra de esperança para aqueles que já abortaram, ou pensam em fazê-lo.

sábado, 10 de maio de 2014

VAMOS AO HAITI EM JULHO?

Tenho ido ao Haiti desde 2010 em viagens levando colegas pastores, educadoras, construtores e demais irmãos para serem imergidos no contexto missionário a fim de um despertamento maior na igreja evangélica brasileira sobre os desafios sociais em países abaixo da linha da pobreza. Isso porque o Haiti é o pais mais pobre das Américas e o oitavo mais pobre do mundo, com o indice assustador de 80% de analfabeltismo.

Vários projetos educacionais estão acontecendo no Haiti, sobretudo por organizações cristãs. E a "Junta de Missões Mundias", da nossa "Convenção Batista Brasileira" tem mantido naquele país uma familia de missionários, pr. André e Verônica Bahia, bem como jovens solteiros que decidiram investir um ano de suas vidas ao Haiti. Todos atuam no fértil campo do desenvolvimento comunitário seguindo o princípio de que é eficaz se trabalhar na formação de uma consciência de cidadania cristã entre as crianças para se evitar a repetição de uma cosmovisão de desprestigio ao valor pessoal humano para a transformação de toda uma sociedade.

Pensando nessa direção é que este ano estou liderando uma caravana que pretende levar pastores e educadores religiosos para a realização de um "Congresso de Educação Cristã" na capital do país, Porto Príncipe com a intenção de capacitar educadores e cuidadores de crianças. Abaixo pontuo em forma de esquema o nosso projeto e nossas necessidades, em podendo divulgue isso e nos ajude, pois cremos que o Senhor enviará seus recursos de modo a fazer valer a nossa intenção de ajudar aquele povo que aprendemos tanto a amar. Segue o nosso esquema de projeto:

PROJETO MISSIONÁRIO HAITI 2014

Objetivos:

Esse ano nosso foco será a realização de um Congresso de Educação com valores cristãos para professores do PEPE (um projeto de pré-escola mantido pela nossa “Junta de Missões Mundiais”) e algumas igrejas locais ligadas à CEBAHMI (uma das convenções batistas no país);

Necessidades:

- Igrejas parceiras para um fundo financeiro que englobará: material didático, apoio à equipe de professores, kits para as crianças e outras necessidades do projeto. O custo aproximado que precisamos levantar é de R$ 10000,00.

Perfil do voluntário:

- Membros de igrejas evangélicas, com recomendação expressa de seus respectivos pastores.

- Compromisso de levantar os R$ 3.000,00 que constitui o custo por pessoal em termos de passagens, alimentação e estadia no país.

- Estar disponível para viagem que compreenderá o período de 20 a 28 de julho.

- Disposição para lidar com contratempos naturais a uma viagem desse porte.

Contatos:

Para maiores detalhes e agendamentos para falar às igrejas interessadas:

 Ezequias Amancio Marins, pastor batista, voluntário da “Junta de Missões Mundiais”,

Email: ezequiaspastor@gmail.com

Telefones: (24) 3367-0741 (igreja), (24) 974015079 (celular)



terça-feira, 8 de abril de 2014

ESSE "NÃO É" O NOSSO NOÉ!

 Lucas 17:26
26 - E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.

Postei duas mensagens em minha conta do "facebook" sobre o filme "Noé", dirigido por Darren Aronofsky, e interpretado em seu personagem principal pelo brioso Russel Crowe: 

Antes do filme: "Pretendo assistir hoje o filme "Noé"...mas já deixo claro: o filme é uma ficção livre, sem compromisso algum com a fidedignidade bíblica. Quem vai comigo?"

E depois do filme:  "Filme "Noé": uma ficção mentirosa ou uma mentira ficcional? Tenho minhas dúvidas. Uma certeza: um lixo."

Fica claro de que não fui ao cinema ontem com um grupo de jovens casais de nossa igreja para assistir um filme que fosse fiel à narrativa bíblica. Mas, confesso que não esperava algo tão surreal. O filme tem algumas marcas seríssimas de algo que posso chamar de "espírito de nossa época". Se não vejamos: 

(*) Uma "guerra justa" entre bem e mal. Nesse conceito maniqueista, Noé apresenta-se como a única esperança de Deus em um mundo em que Ele já havia perdido o controle. Essa ideia de uma terra acabada, sem esperanças de intervenção alguma, dominada por homens maus (da semente de Caim) e uma minoria piedosa (da semente de Sete) permeia todo o filme. Em parte essas sementes realmente se rivalizaram, agora em nenhum momento a situação fica totalmente fora do controle divino.

(*) Os gigantes feitos de pedra. Essa foi uma invenção do diretor, pois não temos evidencias nas Escrituras que eles participaram da construção da arca. É importante salientar que o filme dá aos homens de pedra uma posição próxima de demônios aprisionados. E a ideia que se deseja passar é essa: seres infernais que ajudaram os homens em seu propósito de sobrevivência. Nada mais sincretista!

(*) A crise familiar que passa Noé, sua esposa e filhos por conta da falta de mulheres remete-se ao fato de que, em nossa sociedade a obsessão sexual  é um dos males mais generalizados. Sem está se consumindo pelo desejo sexual, e sua "irmã" só não cede por que sabe que não é fértil. Ao ser curada, ela se entrega aos caprichos sexuais dele, pois já é uma "mulher completa". Não há sexo explicito, mas há instinto sexual em sua forma mais primitiva.

(*) O fato de que Cão trai a seu pai, por conta de uma mulher, "Nael", e Sete tenta matá-lo por conta de suas filhas, expõe uma fragrante enfase no genero feminino, que se exarceba no fato de que a nova humanidade virá a partir de duas mulheres! Não um homem e uma mulher (Adão e Eva), mas duas mulheres (as "netas" de Noé). Destaque para o lesbianismo e o feminismo! Afinal de contas as meninas vão se reproduzir como?

Por essas e outras barbaridades repito: o filme é bom para mostrar que o espírito de nosso mundo é esse, sujo e contaminado pela autonomia do ser humano, crises familiares devido à quebra de autoridade masculina e o feminismo que cresce à medida que os valores de Deus vão sendo jogados pelo ralo.

Péssimo filme. Péssima época. 



terça-feira, 25 de março de 2014

FORA CONCEIÇÃO?

"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação". (Romanos 13.1,2)

Não sou defensor de governos petistas! Digo isso logo de inicio para não taxarem minha argumentação nesse espaço virtual como uma espécie de "chapa branca". Tenho severas restrições ao governo Dilma (leia-se Lula) e tenho um leve desencanto com a máquina petista em nossa cidade (tenho minhas razões), mas não posso compactuar com o clima beligerante de protestos que andam em nossa cidade com interrupções de acesso em vias públicas, manifestações com fogo e protestos ensandecidos por conta da (justa) falta de água, e com o coro perigoso de "Fora Conceição!". Tudo isso me cheira algo insuflado politicamente!

A Bíblia é taxativa no texto acima: temos de nos sujeitar ("estar debaixo") das autoridades políticas! E olha, que, no contexto bíblico as autoridades não eram eleitas pelo povo de forma ampla como em nosso sistema político! Antes de cada eleição, quem já estabelece o nome do eleito é o próprio Deus! E temos de nos submetermos não apenas à voz das urnas, mas à voz do Deus das urnas! Isso me parece claro! No exercício de nossa cidadania temos de escolher bem os candidatos e colocar o resultado do pleito nas mãos daquilo que os antigos chamavam de "divina providência". Isso mesmo! Alguns ao lerem essas mal traçadas linhas ficarão revoltosos e me acusarão de fatalista. Mas, nada disso! Eu só creio radicalmente na soberania divina, de modo que não posso descrer que o resultado das urnas tem de ser respeitado, e salvo se não houver algo comprovadamente impeditivo para o desempenho do governante ele (ou ela) merecerá todo o nosso respaldo!

Não posso concordar com atos violentos, até mesmo porque eles apenas revelam aquilo que está no coração de tais manifestantes: o ódio! Não podemos compactuar com gritos de "Fora Conceição", se o povo soberanamente a colocou no poder! Devemos dar tempo ao tempo, apoiar em nossas orações e cobrar atitudes de sua base aliada para que a nossa cidade não viva esse clima de travamento institucional! Está tudo parado! Mas, atear fogo em pneus, fechar a "Rio Santos", queimar ônibus, não irá resolver absolutamente nada! Pelo contrário, irá trazer o caos em uma cidade que já anda amedrontada pelo crescimento da marginalidade e na matança de jovens (inocentes ou não) uns pelos outros!

Preocupa-me esse clima, pois eu vejo que de Garatucaia até o Parque Mambucaba não há sem dúvida tranquilidade para ir e vir, e isso tudo é resultado de uma população revoltada (não apenas em relação ao curto governo petista) com os desmandos da ordem pública! O que fazer?

Quero convocar com este texto a fazer comentários aqui, pessoas de bem, que desejam construir um ambiente melhor em nossas escolas, igrejas, clubes, associações, enfim, agrupamentos humanos onde através do discurso da paz poderemos semear algo positivo em meio à desordem que vivemos em nosso país! Infelizmente o pais da Copa, também será o país do turismo sexual e da violência (haja visto que o governo federal ajoelhou-se diante da toda poderosa FIFA liberando a venda de bebidas alcóolicas dentro dos estádios). Nossas arenas (novo nome de "estádios") serão verdadeiras "arenas" no sentido romano, onde os gladiadores lutavam entre si e os homens eram comidos por leões selvagens.

Vamos respeitar o resultado das urnas, mas em contrapartida vamos dizer bem alto aos nossos governantes através da educação de nossa gente que sabemos o que queremos! E, como sugestão: esse ano temos eleições para presidente, governador, senadores e deputados, proponho que reformulemos o quadro político em nosso país, deixando de votar em quem já ocupou algum cargo público, vamos pelo novo, mesmo que esse novo não seja tão "novo"!

É por ai!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

CARNAVAL DE ABSOLVIÇÕES

"Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que pões as trevas por luz, e a luz por trevas, e o amargo por doce, e o doce por amargo!". (Isaías 5.20)

Ontem foi um dia de morte para a ética na justiça brasileira! Por seis votos a cinco, os ministros de nossa mais alta corte de justiça resolveram absolver um grupo de políticos ligados ao atual governo brasileiro do crime de "formação de quadrilha" Na interpretação da maioria simples dos nossos supremos juízes os que orquestraram o maior escândalo moral e ético da política em nosso país agiram sem uma combinação intelectual, foram todos co-autores sem saber do esquema em uma visão panorâmica. Difícil entender que homens e mulheres que debruçaram sobre os autos da ação penal 470 não se portassem como membros de uma corporação (para não dizer, quadrilha). 

Os juízes indicados pela presidente Dilma cumpriram o que deles a cúpula petista esperava: votaram pela absolvição, enfim, rezaram pela cartilha governista do "quanto pior, melhor". Mas o que podemos aprender desse episódio? Encorajo-me a tecer algumas considerações:

1) Penso que no Brasil crime político não é levado a sério. 

Pode-se esperar punições aos crimes de pessoas comuns, embora elas mesmas sejam abrandadas por nosso sistema sujeito às falhas processuais, mas em relação às pessoas públicas o que se vê é que dependendo da influência junto aos grupos políticos que se alternam no poder todos são inocentes até que se prove o contrário! Em nosso país o jeitinho continua sendo a melhor saída e os que tem "contatos" podem mais dos que os que só possuem seus nomes próprios.

2) Penso que no Brasil os juízes são facilmente sugestionáveis.

Isso por argumentos que não fogem às análises mais simples. Como em nosso sistema presidencialista os juízes são indicados pelo presidente, o que vemos são homens e mulheres que. quando desafiados a julgar questões que atingem seus favorecedores, todos se apequenam e votam de acordo com a consciência de outrem, nunca pelas suas, uma vez que devem favores que só Deus pode ter acesso ao conhecimento. Juízes reféns do casuísmo político-partidario!

3) Penso que no Brasil não se pode esperar por seriedade.

Infelizmente no país do Carnaval e do futebol o que menos se quer é discutir questões de ordem e ética. Quando se sai às ruas se vai com revanchismos imbuídos de egoísmo violentos, nada de reivindicações que provocarão votos mais conscientes. Ao invés de levar a serio o mandato moral do voto, são muitos que fazem nas urnas o mesmo que fazem em suas privadas particulares. Temos de repensar os nossos protestos.

Fica no meu coração uma sensação de dor e desesperança ao ver os rumos de nosso país, tenho de me amparar em duas convicções: primeiro de que sou cidadão brasileiro mas anseio uma "pátria melhor" e a outra é que, no Brasil, o crime sempre compensa.

Chateado.